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Fonte: Advivo - Origem: Folha
[29/12/10] As
teles privadas no PNBL - por Valdo Cruz e Júlio Wiziak
Banda larga deve ficar com teles privadas
Futuro ministro das Comunicações propõe partilha do Plano Nacional de Banda
Larga entre operadoras e Telebrás
Governo recua de monopólio estatal, mas exigirá preços razoáveis e serviços de
qualidade a regiões desconectadas
O futuro ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse à Folha que o governo
vai propor às teles a divisão do comando do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga)
com a Telebrás.
Para isso, impõe condições: as operadoras terão de apresentar uma proposta com
preço "razoável" e serviço de "boa qualidade".
Em sua opinião, hoje acontece exatamente o contrário: "Os preços não são nada
razoáveis e o serviço é pouco razoável, a banda larga deles é "estreitinha'".
e que as teles poderão ficar com a maior parte do serviço de banda larga no
país, mas têm de mudar de posição.
"O setor privado deveria prover a universalização da banda larga, mas não o fez.
Por isso é que ressuscitamos a Telebrás. Agora, se as teles fizerem uma boa
proposta, que atenda os consumidores, o problema está resolvido."
Ontem, Paulo Bernardo tratou do assunto com a presidente eleita, Dilma Rousseff.
Segundo ele, caso as teles apresentem uma proposta convincente, a ideia é manter
a Telebrás operando em parceria com o setor.
Há duas semanas, o ministro se reuniu com os principais executivos das
operadoras, que se comprometeram a retirar ações questionando a forma de atuação
da Telebrás e a estudar uma forma de aumentar sua participação no plano federal
para a internet.
CONTRATOS OFICIAIS
O PNBL prevê a cobertura de 68% dos domicílios do país com internet até 2014. O
pacote mais básico seria oferecido a R$ 15 por uma velocidade de conexão de até
512 Kbps (kilobits por segundo). Outro, com velocidade de conexão entre 512 Kbps
e 784 Kbps, custaria até R$ 35.
No passado, a Oi chegou a pedir R$ 37 bilhões em benefícios para arcar com os
custos necessários para levar esse tipo de oferta a municípios sem potencial
comercial.
Esse foi o motivo que levou o governo Lula a ressuscitar a Telebrás e entregar à
estatal o comando do PNBL. Nos três primeiros anos, seriam destinados R$ 3,2
bilhões em investimentos para reativar a rede da estatal. Outros R$ 5,7 bilhões
seriam gastos nos cinco anos seguintes.
As operadoras temiam também perder os contratos de prestação de serviços de
comunicação com os órgãos públicos.A Folhar evelou que as perdas chegariam a R$
20 bilhões por ano.
A falta de clareza nas condições em que a Telebrás atuaria no mercado levou o
SindiTelebrasil, sindicato que reúne as operadoras, a mover uma ação na Justiça
para evitar que a estatal tivesse exclusividade na prestação de serviços ao
setor público federal.
Paulo Bernardo afirmou que a Telebrás "não terá exclusividade" nesse serviço e
que haverá licitação.
O pedido de autorização da Telebrás para operar como fornecedora em banda larga
foi suspenso pela Anatel na quinta passada.
A negociação será retomada no início do ano, logo após a posse da presidente
Dilma Rousseff.
Outra negociação foi a das novas metas de universalização que serão impostas às
teles. Para adiar essa negociação, as teles tiveram de retirar outra ação da
Justiça (essa contra o plano de metas).
As conversas serão retomadas em maio e o governo poderá subsidiar boa parte dos
custos para que as teles instalem novas centrais de dados em municípios menos
populosos.