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Fonte: Pay TV
[04/02/10]
Banda
Larga: Empresas privadas abrem fogo contra a reativação da Telebrás - por
Mariana Mazza
Mesmo com a constante circulação de informações sobre a revitalização da
Telebrás como empresa gestora da infraestrutura do Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL), os empresários das grandes teles continuam tentando emplacar
alternativas à recomposição da estatal. A base da argumentação das teles é que
elas teriam muito mais fôlego para ampliar ainda mais o serviço no Brasil se o
Poder Público desse os estímulos certos.
Um exemplo foi apresentado pelo presidente da TIM, Luca Luciani, que defendeu
uma iniciativa em gestação na Anatel para permitir que as empresas móveis
construam em parceria novas infraestruturas como forma de promover a expansão do
serviço barateando os custos finais. "Há uma frustração porque ninguém sozinho
pode resolver o problema do acesso, porque custa muito caro", afirmou Luciani.
"A fórmula de gerar competição no varejo com compartilhamento de infraestrutura
é boa porque para a transmissão custa muito dinheiro", complementou. A fórmula
da TIM, resumiu Luciani, é "competição no varejo e compartilhamento de
infraestrutura". Nessas condições, disse, nem mesmo a competição com uma estatal
seria o problema. "Estamos acostumados a competir", afirmou o presidente da TIM.
O presidente da Telefônica e da Telebrasil, Antônio Carlos Valente, também vê na
flexibilização da regulamentação uma saída para estimular as próprias
concessionárias a expandir a banda larga no país. Valente ressaltou que as
empresas já conseguiram uma expansão de 30% entre 2008 e 2009 no número de
acessos de Internet rápida, mesmo com limitações regulatórias como a falta de
licitações de mais faixas de radiofrequência para as operadoras móveis e a
ampliação do mercado de TV a cabo, plataforma que pode ser usada também para a
banda larga. "A gente poderia ter feito muito mais do que fizemos até agora se
tivéssemos estímulo", avaliou.
Legalidade
A principal crítica direta à reconstituição da Telebrás partiu do
vice-presidente de Regulamentação da Oi, Paulo Mattos. O executivo questionou a
legalidade de o governo promover uma eventual mudança no regime de atuação da
Telebrás, para que ela venha a ser gestora do PNBL, por meio de um decreto
presidencial. "Para alterar (o regime da Telebrás), acho que seria o caso de uma
mudança legislativa e não por meio de um decreto", defendeu Mattos, que logo
depois questionou até que ponto um ato do presidente poderia abalar a
estabilidade das regras do setor.
"O problema central é criar um modelo que respeite a estabilidade regulatória,
os contratos e os compromissos assumidos. Acho que esse governo tem outros
instrumentos que não a reativação de uma empresa estatal para atuar diretamente
no mercado", declarou. A proposta do executivo é que o governo faça uma Parceira
Público-Privada (PPP) para deslanchar o PNBL.
Timing
Mesmo declarando-se favorável à criação de uma política pública de massificação
da banda larga no país, o professor Murilo César Ramos, coordenador do Centro de
Estudos de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília (CCOM/UnB,
coorganizador do evento), mostrou-se preocupado com a curta agenda de debate e
execução de um projeto com essa magnitude. "Ao investir em um plano, o governo
parece ter começado a ver as telecomunicações como uma política social e não
apenas de infraestrutura. Acho que o governo está correto em pensar nessa
possibilidade porque ele também é responsável por isso. Onde a questão pode se
complicar é no timing desse projeto", declarou. "Em um ano eleitoral, acho que
pode ser um problema."
Ramos também se preocupa com a reativação em si da Telebrás que, em sua opinião,
não é algo tão simples quanto possa parecer. Este é um dos pontos que o pouco
tempo para discussão e consolidação do projeto pode acabar prejudicando a
política pública de banda larga. "Um erro de timing pode fazer com que uma boa
ideia seja perdida", alertou, ressalvando que a ideia do PNBL, mesmo com o
cronograma curto de discussão, introduzirá uma inflexão substancial no modelo
atual.
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Presidência da República - PR
Mini-currículo:
O economista Cezar Alvarez, foi assessor de gabinete do prefeito Olívio
Dutra, em Porto Alegre (RS), subsecretário-geral de governo na prefeitura de
Porto Alegre, chefe de gabinete e secretário municipal de Indústria e Comércio
durante a gestão de Tarso Genro, e secretário municipal de administração na
gestão de Raul Pont como prefeito de Porto Alegre. Atualmente Cezar Alvarez é
assessor especial da Presidência da República, onde assumiu a coordenação dos
programas federais de inclusão digital, e, com ela, também o desafio de
consolidar dentro do governo as propostas de um Plano Nacional de Banda Larga.