WirelessBRASIL

WirelessBrasil  -->  Bloco Tecnologia  -->  Eletronet --> Índice de artigos e notícias --> 2010

Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo


Fonte: Portal Exame
[22/02/10]  Existe uma ideia pior que a Telebrás? - por Sandra Carvalho, diretora do Portal Exame (sandra.carvalho@abril.com.br)

Todo governo, por melhor que seja, tem boas e más ideias. O governo Lula parece empenhado, no momento, em propagar uma de suas piores ideias, candidata a top 5 num ranking de equívocos de suas duas gestões. É a tentativa de ressuscitar a Telebrás em nome da banda larga.

Ainda na última sexta-feira o presidente deixou super claro, numa entrevista coletiva em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que vai usar a Telebrás para fazer banda larga. Ponto final. Decisão tomada. As ações da empresa fecharam com valorização de quase 15% no dia, em mais uma da série de altas provocadas pelas declarações oficiais sobre o assunto.

A proposta do Plano Nacional da Banda Larga parece muito justa: levar banda larga a quem não tem. Quem poderia ser contra, em pleno século 21? Seria como ser contra a eletricidade ou o tratamento de água em regiões mais pobres. Banda larga é, hoje, parte da cesta básica a que todo mundo deve ter direito.

Quando se entra no capítulo Telebrás, é outra história – aqui mergulhamos num passado de monopólio e incompetência estatal de doer. Pouco mais de 11 anos atrás, quando a Telebrás foi detonada, tínhamos, no país, no total, 27,4 milhões de linhas de telefone, entre fixas e celulares, disputadas a tapa e no mercado paralelo. Hoje, temos cerca de 205 milhões, mais 18 milhões de acessos de banda larga, segundo dados da Anatel. Celular era para milionário, na época. A penetração não chegava a 4,5 por cada 100 habitantes. Hoje, estamos com 91,3 acessos móveis para cada 100 habitantes.

Pode-se argumentar, com pertinência, que a infraestrutura de telecom do país não é o que deveria ser, que o atendimento aos clientes das operadoras está longe de merecer medalhas, que a banda larga por aqui é escassa e leeeeeenta. Mas a melhor maneira de superar essas limitações é estimular a competição entre as operadoras, chamar mais investimentos de fora para o país ou empurrar o Estado de volta a tarefas que ele cumpriu sempre tão mal?