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Fonte: O Globo
[25/02/10]
Eletrobrás denunciou síndico da massa falida da Eletronet por celebrar novos
contratos - por Gustavo Paul, Mônica Tavares e Bruno Rosa
BRASÍLIA e RIO - As quatro empresas do sistema Eletrobrás (Chesf, Furnas,
Eletronorte e Eletrosul) que detêm os 16 mil quilômetros de rede de fibra óptica
administradas pela Eletronet esperam terminar até março o imbróglio em torno do
uso da rede. O advogado Márcio André Mendes Costa, representante das estatais,
pedirá ao Tribunal de Justiça do Rio o fim do "regime de continuidade" da massa
falida da empresa, ou seja, a interrupção das atividades.
Para tanto, Mendes Costa terá de vencer os últimos recursos impetrados pela
massa falida e pelos credores. Em seguida, será pedida uma perícia para avaliar
a indenização dos sócios privados da empresa pelos investimentos feitos na rede.
E a Star Overseas, do empresário Nelson dos Santos, que contratou o ex-ministro
José Dirceu, poderá ter algum lucro.
- Mas esse processo de perícia deve levar anos - prevê o advogado.
O escritório de Mendes Costa já ofereceu denúncia ao Ministério Público contra
Isaac Zveiter, síndico nomeado pela Justiça para representar a massa falida da
Eletronet. De acordo com Mendes, Zveiter estaria celebrando novos contratos de
forma irregular com empresas de telefonia para utilizar a rede da Eletronet.
- A massa falida só pode manter contratos antigos e não celebrar contratos novos
- argumenta Mendes.
A massa falida, porém, não quer abrir mão de funcionar, pois a receita da
empresa deve ser usada para pagar credores e débitos fiscais e trabalhistas. E
os credores, capitaneados pela japonesa Furukawa e a francesa Alcatel-Lucent,
querem manter os cabos como garantia de uma dívida que chegou a R$ 628 milhões.
Mendes Costa e o governo garantem que a Eletronet e seus sócios não terão ganhos
com a incorporação da rede pela futura Telebrás no Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL). Argumentam também que, ainda que a falência seja levantada, não terão
direito a indenização.