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Fonte: Convergência Digital
[13/07/10]
Governo estuda prazo de transição para funcionário da Telebrás - por Luiz
Queiroz*
*Colaborou Luis Oswaldo Grossmann
O governo e a direção da Telebrás estudam a possibilidade de conceder um prazo
de no máximo 12 meses para que os funcionários avaliem se querem ou não retornar
aos quadros da estatal ou se pedem a demissão.
Quem decidir deixar a empresa receberá, imediatamente, os recursos do "Programa
de Indenização por Serviços Prestados (PISP)", criado na época das privatizações
para incentivar as demissões na Telebrás. Os que permanecerem terão de abrir mão
desse pagamento.
O novo prazo que está sendo negociado pelo governo deverá favorecer aos 60
funcionários, já chamados para dar início ao proceso de reativação da Telebrás,
em função do Plano Nacional de Banda Larga. Seria uma espécie de garantia para
que o funcionário tenha tempo de avaliar se o retorno, depois de mais de 10
anos, à nova estatal é positivo ou não.
Esse período de transição pode se tornar uma solução para um problema que tem
ocorrido desde o anúncio da reativação da companhia: a desconfiança que existe
entre os antigos funcionários com relação à reativação da estatal.
Depois da privatização do setor de telefonia, muitos foram chamados para compor
os quadros da Anatel e de alguns órgãos da Administraçção Federal, como é o caso
do Ministério das Comunicações. Todo o pessoal que permaneceu em atividade
sempre contou com a possibilidade de receber o PISP, bastando para isso,
comunicar o seu desligamento da Telebrás.
Só que neste novo cenário, os funcionários terão compulsoriamente de retornar
aos quadros da companhia quando forem chamados. Neste caso, só existem duas
opções: pedir demissão e levar o dinheiro do PISP, ou retornar, mas abrir mão
deste benefício.
O governo não poderá incorporar nos salários esse dinheiro nem pagar por algo
que não ocorreu: a extinção da Telebrás, prevista para ocorrer após a
privatização do setor.
Transição
A possibilidade de contar com um prazo para que o funcionário decida sobre a sua
vida profissional está sendo cogitada dentro do governo como uma fórmula para se
evitar que a reativação da Telebrás termine interrompida por ações trabalhistas.
O que se debate agora é o prazo desta transição. O presidente da Telebrás,
Rogério Santanna, estaria defendendo um período de seis meses, a contar da
comunicação para retornar a empresa. Mas há quem acredite que o ideal seria
conceder 12 meses para o trabalhador pensar na decisão que irá tomar.
Entretanto, isso não impediria que o funcionário retornasse imadiatamente ao
trabalho na Telebrás. O prazo vale tanto para os que já foram chamados, quanto
para aqueles que ainda serão convocados a retornar para a companhia.
Os que defendem prazo mais longo entendem que os funcionários terão condições de
avaliar melhor a permanência na empresa porque poderiam tomar tal decisão vendo
a Telebrás operando no mercado de banda larga com eficiência e perspectiva de
crescimento.
Mas a questão não é meramente social. Há também o fato de que o governo,
gostaria de economizar com o pagamento de indenizações aos funcionários que
aceitarem abrir mão do PISP para retornar aos quadros da companhia.
A Telebras tem cerca de 223 funcionários. Deste total, 179 ainda estão cedidos
para o quadro da Anatel. Outros 12 trabalham na Presidência da República, 10 no
Ministério das Comunicações e 17 em outros órgãos da administração federal.
Cinco funcionários permaneceram na Telebrás.