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Fonte: Abramulti
[04/03/10] Quem
tem medo da Telebras?
A reativação da Telebrás poderá alterar o equilíbrio de forças no mercado de
telecomunicações em favor da competição e principalmente dos consumidores.
A Abramulti, que representa os operadores de comunicação multimídia, chamados de
pequenos provedores de internet, questiona os opositores da reativação da
estatal e afirma que o Plano Nacional de Banda Larga poderá não acontecer sem a
participação das empresas de SCM que já atendem a maioria dos municípios
brasileiros.
O debate sobre a reativação da estatal Telebrás, como alternativa para garantir
o Plano Nacional de Banda Larga tem esquentado nos últimos meses. A proposta do
governo tem desagradado a vários setores da economia, principalmente os
defensores das teles e os grandes provedores nacionais que sobrevivem de cobrar
autenticação dentro das redes das concessionárias, e que se consideram os únicos
agentes capazes de garantir o acesso banda larga a todo o país. A reativação da
Telebrás poderá alterar o equilíbrio de forças no mercado de telecomunicações em
favor da competição e principalmente dos consumidores.
A Telebrás pode se tornar uma “nova opção” para que as empresas, com licença SCM
e autorizadas pela ANATEL para operar o sistema de banda larga no Brasil,
consigam comprar transporte de dados sem depender das concessionárias, que fora
dos grandes centros praticariam preços absurdos, devido à falta de concorrência.
A contrapartida da abertura da concorrência neste mercado altamente monopolizado
seria a participação das mais de 1600 pequenas empresas, todos provedores do
serviço de acesso à Internet, em parceria com a Telebrás, para garantir a
chamada última milha nas cidades.
Regulamentação da legislação em favor da competição
Também apontamos outra alternativa para garantir um Plano Nacional de Banda
Larga abrangente e com a participação de todos os agentes (governo, sociedade
civil, empresas e usuários): a efetiva regulamentação e cumprimento da Lei Geral
de Telecomunicações, o que também garantiria a prática de preços justos nos
insumos dos provedores e a manutenção da livre concorrência de mercado. Outra
proposta defendida pela Abramulti para a garantia do acesso banda larga a todos
os usuários brasileiros é a desagregação (compartilhamento) das redes públicas
que foram assumidas pelas teles, durante o processo de privatização e que
precisa ser aplicado conforme determina a Lei Geral de Telecomunicações - LGT e
o decreto presidencial 4.733/2003.
O medo injustificável
“Quem tem medo da Telebrás? Sugerindo uma resposta, acreditamos que sejam
justamente os agentes que atacam a reativação da estatal por meios de
depoimentos e artigos assinados na imprensa, apenas vêm um lado da moeda e
sustentam seus ataques contra o retorno de uma estatal e a favor das
privatizações a partir de um “discurso anti estatizante de extrema direita”.
As privatizações cumpriram seu papel e garantiram a melhoria dos serviços de
telecomunicações no Brasil. Mas, devido à falta de regulamentação das políticas
de competição, facilitaram a constituição de um monopólio danoso para o mercado
e já é hora de se questionar porque as privatizações até o momento não
garantiram o acesso banda larga de baixo custo a todo o país e por que o
monopólio estabelecido tem medo de uma simples estatal, que, segundo eles
mesmos, não funcionaria. Parece-nos que os patrocinadores dos ataques contra o
governo Lula e a Telebrás, acabam por ter os mesmos interesses comerciais na
perpetuação deste ultrapassado modelo de negócio.
Por que a reativação de uma “moribunda” empresa como a Telebrás, a aquisição de
fibras ópticas da “falida Eletronet” e o surgimento de um plano “sem futuro”
como o PNBL, pode gerar tanto medo em setores economicamente diferentes e tão
fortes como mídia, TV´s por assinatura, provedores nacionais e teles?.
O Plano Nacional de Banda Larga proposto pelo governo está no caminho certo e
poderá ser efetivo para garantir a toda a população brasileira em curto tempo,
acesso banda larga à Internet de qualidade.
Adelmo Santos
(Presidente da Abramulti)