WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2010
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Fonte: Clipping MP - Origem: Folha de São Paulo
[06/03/10] Divisão
no governo e pressão do mercado atrasam plano
Volta da Telebrás tem simpatia de Lula, mas enfrenta resistência de Dilma e
Mantega. Entre as alternativas em análise pelo governo, estão a utilização das
estatais Serpro e Dataprev para a expansão da banda larga.
O atraso no anúncio do Plano Nacional de Banda Larga se deve também a uma
pressão, de última hora, por parte de setores do governo e do mercado contra a
volta da Telebrás, segundo a Folha apurou.
Aos interlocutores que têm lhe dito que recriar a Telebrás pode não ser uma boa
ideia política e economicamente, Lula tem respondido que, por enquanto, sua
tendência é essa mesmo. Mas, diante de tantas insistências, ele decidiu
conversar com alguns empresários do setor diretamente para analisar melhor a
questão.
Dentro do governo, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa
Civil) não gostam muito da proposta de recriar a Telebrás, apesar de
publicamente não manifestarem posição contrária, diante da posição mais
favorável do presidente.
Internamente, porém, eles dizem preferir usar uma outra estrutura para gerir a
rede pública de cabos para criar o programa de banda larga. Tanto Mantega quanto
Dilma defendem a atuação do governo federal no setor por meio da rede pública de
cabos de fibras óticas, forçando o setor a baixar os seus preços. Mas consideram
que não é necessário recriar a Telebrás.
Prejuízos
A situação da empresa não é boa. A Telebrás fechou o ano de 2009 com um prejuízo
de R$ 20,6 milhões. A empresa tem passivo a descoberto (todos os ativos não
pagam todas as dívidas) de R$ 16,2 milhões.
A estatal é ré em 1.129 ações (cíveis, tributárias e trabalhistas) e, para fazer
frente a essas demandas, foram provisionados R$ 240 milhões. Desse total, R$
10,3 milhões já foram depositados. Existem ainda outros R$ 30,8 milhões em
possíveis perdas não provisionadas.
Outras hipóteses dentro do governo são o Serpro (estatal ligada ao Ministério da
Fazenda, encarregada do processamento de dados do governo federal) e a Dataprev
(estatal ligada ao Ministério da Previdência, encarregada de rodar a folha de
pagamento do INSS).
Outro ponto que ainda causa divergência dentro do Planalto é se caberá ao
governo construir a ligação entre a espinha dorsal da rede, o "backbone"
(grandes linhas de fibras óticas), e as cidades, o chamado "backhaul" (que liga
o backbone ao consumidor final).