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Fonte: Teletime
[24/03/10]
SP ainda é o ponto fraco do Banda Larga nas Escolas - por Mariana Mazza
Ministros e técnicos do governo e representantes das empresas de
telecomunicações reuniram-se ao longo de toda esta quarta-feira, 24, para
discutir o programa Banda Larga nas Escolas, que tem como meta chegar ao fim de
2010 com todas as escolas urbanas do país com acesso à Internet em alta
velocidade. O governo federal comemorou o avanço do projeto, que já tem mais de
45 mil escolas conectadas até o momento, segundo dados apresentados pelo
ministro da Educação, Fernando Haddad. O ponto fraco do programa, no entanto,
continua sendo o estado de São Paulo.
Desde a inauguração do projeto, em 2008, o Estado de São Paulo tem uma situação
sui generis: já havia um programa do governo local para conectar as escolas, mas
com uma velocidade mais baixa do que o projeto federal. Outra diferença é que o
governo estadual paga pela conexão, ao passo que o programa federal é bancado
pelas próprias concessionárias.
Ocorre que vencido o primeiro ano do programa federal, o estado de São Paulo
continua, na prática, fora do programa federal. Haddad comentou que as metas
estipuladas para a concessionária que atua em São Paulo, a Telefônica, estão
sendo consideradas "cumpridas" apesar de as escolas paulistas não estarem sendo
efetivamente conectadas pelo projeto federal.
Isso porque haveria infraestrutura disponibilizada pela Telefônica para
assegurar a conexão de 1 Mbps, conforme estipulado na meta federal. No entanto,
o governo de São Paulo não teria autorizado a atualização, mantendo as conexões
de seu programa estadual, onde a velocidade é de 512 kbps. "Tem uma questão em
São Paulo que não é de natureza técnica. As escolas já estão conectadas e podem
receber mais velocidade. Depende apenas de uma decisão do governo do estado",
afirmou Haddad. "O que é importante deixar claro é que não está havendo uma
disputa em que o aluno está sendo penalizado", assegurou.
Concordância
Segundo fontes, o secretário de Educação do estado de São Paulo, Paulo Renato,
já teria concordado em entrar no programa federal, permitindo que a Telefônica
atualize as velocidades. No entanto, a autorização formal para isso ainda não
foi expedida. A estimativa é que existam aproximadamente 4 mil escolas
conectadas apenas com a velocidade do programa estadual.
Mesmo com os contratempos em São Paulo, o governo comemora o avanço do projeto
Banda Larga nas Escolas. Segundo o ministro Haddad, as metas estabelecidas estão
sendo cumpridas com folga e mais de 3 mil colégios já estariam na segunda fase
do projeto, onde a velocidade é elevada de 1 Mbps para 2 Mbps. Um desafio a mais
para as concessionárias é que o último senso escolar mudou a classificação de 8
mil escolas, que passaram a ser consideradas "urbanas". Com isso, o alvo final
do Banda Larga nas Escolas para 2010 passou de 55 mil escolas conectadas para 63
mil escolas. Ainda assim, o governo está seguro de que a meta será atingida.
Com relação à expansão do projeto para as escolas rurais, o governo ainda não
avançou na proposta. Haddad explicou que 15% das matrículas feitas hoje são em
escolas rurais e que metade desses estabelecimentos deverá ser atendida pelo
programa Gesac. A ideia do governo continua sendo usar as frequências de 450 MHz
para expandir essa política pública para a área rural, mas o projeto não está
finalizado.