WirelessBRASIL

WirelessBrasil  -->  Bloco Tecnologia  -->  Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2010

Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo


Fonte: Teletime
[27/10/10]  "Piloto" do PNBL, projeto da Copel consolida oferta no Paraná - por Mariana Mazza

Uma iniciativa em curso no Paraná tem provado que há interessados em oferecer banda larga no modelo proposto pelo governo federal via Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). O estado é o primeiro a ter um plano estadual de oferta de Internet em alta velocidade que prevê a atuação da estatal de energia na oferta de rede em parceria com provedores e prefeituras. E, de acordo com Orlando César de Oliveira, diretor comercial da Copel, a iniciativa está dando certo.

Oliveira apresentou nesta quarta-feira, 27, na Futurecom, os primeiros resultados da oferta de banda larga pactuada dentro do programa estadual. E, em apenas um mês de operação concreta, a subsidiária de telecomunicações da concessionária de energia elétrica, a Copel Telecom, já fechou mais de 50 contratos com provedores para oferecer banda larga em diversos municípios paranaenses.

Cada provedor tem potencial de atender, em média, 1,5 mil clientes no Paraná. Assim, os contratos já assinados representam um potencial de cobertura no varejo de 75 mil consumidores.

O diretor da Copel contou que existem empresários aceitando até mesmo assumir as penas de uma rescisão contratual com as concessionárias de telefonia para poder se associar à empresa de energia no programa de banda larga. "Tem gente pagando multa", afirmou. O sucesso do projeto está no preço que tem sido cobrado pelo acesso à rede: R$ 230/Mbps de capacidade no atacado.

PNBL

O valor é o mesmo que a Telebrás pretende cobrar pela sua oferta de rede, quando começar a operacionalizar o PNBL. Mas não é só neste aspecto que o plano paranaense tem similaridades com o plano federal, tornando a iniciativa da Copel quase que um "projeto-piloto" do que o PNBL pretende materializar. O decreto editado pelo governo do Paraná em agosto deste ano prevê que a oferta de varejo não ultrapasse o valor de R$ 30 por uma velocidade de 512 kbps, mesmo parâmetro que o governo federal pretende usar no PNBL. No caso do Paraná, há uma segunda oferta prevista, de 256 kbps, por R$ 15.

A regra para a oferta nos preços citados acima é que cada provedor assegure que, ao menos, 15% da capacidade comprada sejam direcionadas para a oferta dos planos de 256 kbps nos moldes do decreto e outros 15% mínimos sigam para os pacotes de 512 kbps. A lógica do projeto conduzido pela Copel é que a empresa estatal forneça a rede e o suporte à oferta da banda larga a qualquer empresa de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) interessada no negócio e para prefeituras. No caso das prefeituras, a regra é que a banda larga viabilizada dentro do plano seja oferecida gratuitamente à população nas áreas de responsabilidade dos governos locais.

Sem ganância

No momento, a estatal já possui rede de fibra óptica pronta para o atendimento das demandas em 230 cidades do estado e a meta é chegar a todas as 399 localidades paranaenses em três anos. Mesmo sem uma cobertura plena de fibra e com o projeto ainda no início, Oliveira assegura que o negócio já é rentável para a companhia. E que o preço de comercialização de R$ 230/Mbps cobre com tranquilidade os custos da operação e ainda gera lucro para a empresa.

"Temos um lucro líquido na casa dos 15%", afirmou o diretor sobre as contas da Copel Telecom em 2010. A perspectiva é que a companhia feche o ano com uma receita de R$ 190 milhões, valor acima do realizado pela área de distribuição do grupo energético. Em sua apresentação, Oliveira questionou o alto custo das conexões promovidas pelas concessionárias de telefonia em outras áreas do país. O executivo citou o exemplo de Manaus, onde a oferta de capacidade de rede não sai por menos do que R$ 34 mil/megabit. "Isso é ganância. E do pior tipo: ganância em cima de pobre. É a exploração da miséria", protestou.

Para Oliveira, as empresas têm que ter "um pouco mais de fraternidade" e começar a ver o mundo com uma nova perspectiva para que a inclusão digital realmente seja promovida. "A mudança só ocorre com novos valores ou novos atores. E isso está acontecendo no estado do Paraná. São novos valores que estão sendo aplicados", afirmou. "A comunicação é uma necessidade básica do ser humano e não um luxo como vem sendo tratada por algumas empresas de telecomunicações."