WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2010
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Isto
É
[24/09/10]
A lavanderia do ex-ministro
- por Hugo Marques (Sobre Helio Costa)
Revista Isto
É - Edição 2133 - 24/09/10
Documento em poder da Procuradoria-Geral da República aponta indícios de lavagem
de dinheiro no caso do desvio de R$ 169 milhões da Telebrás, envolvendo o
candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa
Investigado por causa de um acordo que, segundo a Advocacia-Geral da União
(AGU), provocou um prejuízo de R$ 169 milhões na Telebrás, o ex-ministro das
Comunicações e candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, é agora
apontado como suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro. Os
indícios que comprometem o ex-ministro estão relacionados em um documento
entregue na última semana ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Trata-se de um relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, emitido como resposta a uma
consulta feita pelo procurador Marinus Marsicus.
Ele
está apurando o desvio dos R$ 169 milhões da Telebrás e pediu que o Coaf
investigasse as movimentações financeiras do ex-ministro e de mais sete pessoas
(uma jurídica) ligadas a ele: Ana Catarina Figueiredo Xavier Costa, mulher de
Hélio Costa; Eugênio Alexandre Tollendal Costa, filho do ex-ministro; Jorge da
Motta e Silva, ex-presidente da Telebrás; Manoel Elias Moreira, assessor da
Telebrás; Uadji Moreira e Jaciara Menezes Moreira. O Coaf constatou a existência
de indícios de lavagem de dinheiro nas movimentações financeiras realizadas por
diversas pessoas listadas pelo procurador Marsicus. Há movimentações financeiras
atípicas de algumas pessoas indicadas, registra o documento. O procurador-geral
não se manifestou sobre detalhes do caso, por se tratar de investigação sob
sigilo, mas uma nova frente de apuração será aberta na Procuradoria-Geral da
República.
“Temos a convicção de que o acordo feito pelo ex-ministro com seu amigo Uadji
Moreira é irregular e nosso objetivo é rastrear os R$ 169 milhões desviados da
Telebrás para tentar reaver esse dinheiro”, diz o procurador Marsicus, que atua
junto ao Tribunal de Contas da União. “Pedimos a colaboração do Coaf exatamente
para saber os caminhos percorridos pelo dinheiro.” A sangria dos R$ 169 milhões
dos cofres da Telebrás ocorreu a partir de um acordo firmado pelo então ministro
Hélio Costa, em 2006.
O empresário Uadji Moreira, amigo de Costa há mais de 30 anos, proprietário da
VT Um Produções, cobrava judicialmente uma dívida da estatal decorrente de
serviços de 0900 para sorteios em programas de tevê. A legislação determina que,
em casos como esse, os organismos estatais devem esgotar todos os recursos
jurídicos antes de fazer qualquer acerto financeiro. Não foi o que fez Hélio
Costa. Na condição de ministro responsável pela Telebrás, ele determinou a
realização do acordo antes que o Judiciário se manifestasse em última instância.
Com o aval de Hélio Costa, a Telebrás assinou um acordo com Uadji se
comprometendo a pagar R$ 253 milhões. O Ministério Público já havia pedido ao
Coaf levantamento de todas as transferências financeiras feitas pela Telebrás
para a VT Um Produções. Uma das transferências foi feita logo depois de fechado
o acordo, no valor de R$ 59,5 milhões. A partir desse pagamento, Uadji passou a
receber da Telebrás 40 parcelas mensais de R$ 900 mil. Parte do acordo, no valor
de R$ 107 milhões, seria paga em créditos que a Telebrás tem com a Receita
Federal.
As autoridades envolvidas na investigação suspeitam que o acordo foi uma espécie
de negócio entre amigos. Hélio Costa é íntimo de Uadji há mais de 30 anos, desde
que trabalharam juntos em uma emissora de tevê. Processo semelhante ao promovido
contra a Telebrás também foi movido por Uadji contra a Embratel, a quem prestara
os mesmos serviços pelo mesmo período. Nesse último caso, porém, ficou
determinado que a dívida a ser paga para a VT Um era de R$ 44 milhões, 17% do
valor que a Telebrás pagou com o aval de Hélio Costa. A comparação entre os dois
casos foi uma das razões que levaram a AGU a concluir que o desvio da Telebrás
foi de R$ 169 milhões.
Desde que foi descoberta a falcatrua, o caso da Telebrás vem sofrendo uma
investigação com o objetivo de reaver o dinheiro e comprovar irregularidade
administrativa. Com os dados levantados pelo Coaf na última semana, a
investigação ganhará outro rumo. “O relatório indica a necessidade de inquérito
criminal”, diz o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). “O ex-ministro Hélio Costa
fala que o assunto já foi encerrado, mas isso é uma falácia”, conclui o
deputado. Hélio Costa argumenta que o STF já arquivou um inquérito que pretendia
investigar o acordo. É verdade. Mas o ministro do STF Ricardo Lewandowski não
tinha em mãos, à época, o levantamento da AGU acusando prejuízo de R$ 169
milhões, o que já possibilitou a reabertura das investigações.
Para o Ministério Público junto ao TCU, o que aumentou ainda mais a suspeita em
torno do acordo do amigo de Hélio Costa foram as declarações de pessoas ligadas
ao ex-ministro. Em agosto, o diretor da Rede Globo Roberto Talma disse à ISTOÉ
que recorreria ao STJ para receber 20% do acordo fechado por Uadji, com quem
mantinha uma parceria. Talma suspeita que parcela do dinheiro do acordo de Uadji
foi parar na atual campanha de Hélio Costa ao governo de Minas.
Os procuradores que acompanham o caso também estão de olho no patrimônio do
ex-ministro das Comunicações. Em 2002, Hélio Costa declarou bens no valor de R$
359 mil. Este ano, ele apresentou ao TSE uma declaração de renda com um
patrimônio de R$ 1,3 milhão. Um dos bens adquiridos por Hélio Costa após o
acordo foi um apartamento avaliado em R$ 2,5 milhões no sofisticado edifício Top
Green, no bairro Belvedere, em Belo Horizonte. Hélio Costa declarou à Justiça
ter comprado “uma fração do apartamento em Belvedere” por R$ 1 milhão. As contas
de Hélio Costa, agora, estão na Procuradoria-Geral da República.
Outra matéria sobre o tema:
Fonte: Observatório do Direito à
Comunicação - Origem: Tribuna da Imprensa
[25/05/07] Helio
Costa é investigado no STF por mandar Telebrás pagar R$ 254 milhões a amigo
Se fosse um simples cidadão, Helio Costa estaria sendo investigado numa
delegacia de polícia. Como é ministro com foro privilegiado, será investigado
pelo Supremo. Foi o que determinou a subprocuradora-geral da República, Claudia
Sampaio Marques, com um APROVO bem grande do procurador-geral da República,
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Isso é o princípio do fim de um processo por ações clamorosas e escandalosas do
ministro Helio Costa, COM GRANDES DANOS FINANCEIROS para a União.
Apesar de estar com data de 7 de março, essa determinação da Procuradoria Geral
da República só chegou anteontem às mãos do ministro do Supremo, Ricardo
Lewandowski. Este é o relator, no Supremo, da ação popular movida contra o
ministro das Comunicações por José Bezerra de Souza, tendo como advogado Luiz
Nogueira.
O processo andou muito lentamente, a NOTÍCIA-CRIME contra o ministro vem de
2006, e seus dados e afirmações são INDISCUTÍVEIS e IRREFUTÁVEIS. Começou com o
ministro acusado de ter patrocinado um acordo entre a Telebrás (subordinada ao
próprio ministério de Helio Costa) e a VT Um Produções, propriedade do
empresário Uadji Moreira, tido e havido como O MELHOR AMIGO DE HELIO COSTA e
jamais desmentido por ele ou pelo amigo.
Teor da representação: com aval do ministro, o senhor Uadji Moreira começou a
receber 254 milhões da Telebrás (estatal) por causa de um processo que movia
contra essa empresa a partir de1998.
Os dados são impressionantes. 1 - A ação era contra a Telebrás e a Embratel.
(Também estatal).
2 - O valor pedido como indenização era de 1 BILHÃO DE REAIS.
3 - A Embratel fez acordo com O MAIOR AMIGO de Helio Costa. Como a ação contra
as duas empresas era de 1 bilhão, e a ação tendo a Telebrás como ré ficou no
valor de 500 milhões, a conclusão lógica é que tenha havido acordo
Embratel-Uadji Moreira.
4 - Mas a Embratel, mesmo nos autos do processo, se recusa a informar quanto
pagou para terminar o processo contra ela.
5 - Consta da representação que, COM O AVAL DO MINISTRO HELIO COSTA, foi feito o
acordo de 254 milhões entre a Telebrás e o senhor Uadji Moreira.
6 - No processo, a afirmação: 'O presidente da Telebrás, Jorge de Motta e Silva,
ALERTOU o ministro que NÃO PODIA ORDENAR O PAGAMENTO. EXISTIAM AINDA MUITOS
RECURSOS DA DEFESA.
7 - O ministro recusou a RECOMENDAÇÃO LEGÍTIMA do presidente da Telebrás e
avalizou o 'acordo'.
8 - Além de não ter acionado a AGU (Advocacia Geral da União), ainda desprezou
vários recursos cabíveis.
9 - Poderia ter interposto embargos de execução, havia o recurso de reduzir o
montante em dezenas de vezes o valor pago, além de ter o direito de uma AÇÃO
RESCISÓRIA.
10 - O ministro Helio Costa, no dia seguinte da HOMOLOGAÇÃO do ACORDO entre a
Telebrás e seu maior amigo Uadji Moreira, viajou com ele para Miami, onde
assistiram a um show. Ficaram vários dias lá.
11 - A ação popular e a notícia-crime foram distribuídas ao ministro Lewandowski
em 14 de novembro de 2006 e logo no dia 16 (48 horas apenas) ele pediu a
MANIFESTAÇÃO DA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA. Esta ficou com o processo
meses, e só então enviou-o de volta ao ministro. Mas o relator no Supremo,
Ricardo Lewandowski, devolveu o processo, declarando que a manifestação era
INADEQUADA.
12 - Revelei então que a Procuradoria Geral iria refazer sua manifestação, pois
é inacreditável que envie ao Supremo manifestação INADEQUADA. Datado de 3 de
março, chegou ao Supremo anteontem.
13 - Agora Helio Costa será investigado e terá que depor no inquérito que será
aberto no mais alto tribunal do País.
14 - A Polícia Federal será chamada a investigar os
fatos da notícia-crime.
A razão da 'dívida'. O dono da VT Um processou a Telebrás em 1998 porque a
estatal rompeu um contrato assinado em 1994 com a empresa, que operava o serviço
0900.
PS - Não usei nenhuma vez a palavra DENUNCIADO. Isso será feito INAPELAVELMENTE
pelo Supremo. O fato é ESCANDALOSO DEMAIS.
PS 2 - Embora eu considere que a cumplicidade e a participação do ministro Helio
Costa se ENQUADREM PERFEITAMENTE NA OPERAÇÃO NAVALHA.
PS 3 - No dia em que os brasileiros puderem ler o laudo do perito CONTRATADO
PELA VT UM, e aceito pela Justiça, a vontade geral é deixar o Brasil. Mas o
ministro continuará prestigiado.