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Fonte: Portal da Band - Colunas
[01/12/11]  Morre General Alencastro, patrono da Telebrás - por Mariana Mazza

O setor de telecomunicações está de luto nesta quarta-feira pela morte do General José Antônio de Alencastro e Silva na noite de ontem, aos 93 anos. Alencastro presidiu a Telebrás entre 1974 e 1985. Nos 11 anos à frente da estatal, a oferta da telefonia expandiu como nunca. Mais que um personagem histórico das telecomunicações no Brasil, o General Alencastro provou que era possível ampliar o serviço telefônico por meio do Estado.

Sei que a grande maioria das pessoas quando pensa no Sistema Telebrás lembra-se apenas do período de escassez de linhas telefônicas que marcou a época pré-privatização. Mas nestes tempos de revitalização da estatal, plano de banda larga e novos problemas de qualidade na oferta do serviço pelas companhias privatizadas, é importante lembrar o legado deixado por personalidades como o General Alencastro para o país.

Em uma bela nota de despedida, o comando da Telebrás cita algumas conquistas do general à frente da estatal. Sob o comando de Alencastro, a Telebrás ampliou sua clientela de dois milhões para sete milhões de brasileiros e quadruplicou o faturamento da empresa. É claro que o número parece módico em comparação com os índices atuais, onde mais de 300 milhões de celulares estão em funcionamento. Mas não podemos esquecer que foi graças aos investimentos feitos na década de 70 que o setor pode avançar hoje.

Foi nos anos 70 que a expansão das redes passou a ser vista como um instrumento estratégico para o avanço dos serviços telefônicos. Nos tempos do General Alencastro não se discutia privatizar o setor. Por isso, o governo investia na Telebrás. Muito da rede de cobre usada hoje para a oferta de telefones fixos foi construída nesta época. A estatal era vista como uma empresa sadia e eficiente, perfil que mudaria a partir da década de 80, quando começaria a contenção de investimentos públicos no setor que se alongou até os anos 90. Sucateada, a Telebrás virou presa fácil para a privatização.

Depois de tantos anos é difícil visualizar a importância do período áureo da Telebrás para as discussões que esquentam o setor de telecomunicações atualmente. Mas um dos maiores esqueletos da privatização tem relação direta com a expansão conquistada na década de 70. Boa parte do patrimônio repassado às empresas privadas é fruto dos investimentos feitos há quarenta anos no setor de telecomunicações.

Não é difícil imaginar que pouco foi adicionado entre o período de comando do General Alencastro e as privatizações. Um estudo elaborado pelo pesquisador Márcio Wohlers, do Ipea, mostra que durante pelos menos 10 anos o governo deixou a Telebrás à míngua. Os investimentos só seriam retomados poucos anos antes da privatização, como forma de tornar atraente o processo de venda da estatal.

A briga travada hoje sobre os bens reversíveis - patrimônio utilizado pelas companhias telefônicas e que deve ser devolvido à União no fim da concessão - tem relação direta com esses investimentos feitos durante as décadas de 70 e 90. São imóveis e redes comprados com dinheiro público pelo Sistema Telebrás. Tratar esse patrimônio com zelo não é apenas obrigação das autoridades públicas. É também uma demonstração de respeito a personagens como o General Alencastro, que trabalharam tanto para que todos os brasileiros pudessem ter hoje acesso a um telefone em suas casas.

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Fonte: Telebrás
[30/11/11]  General Alencastro será eterno para as telecomunicações brasileiras

Telebras lamenta o falecimento do General Alencastro

Ícone das telecomunicações brasileiras e com um trabalho reconhecido internacionalmente pelas conquistas durante os 11 anos à frente da Telebras, o General José Antônio de Alencastro e Silva faleceu na noite desta terça-feira (29.11), em Brasília. Seu nome, no entanto, permanece vivo na história da telecomunicações do país e em especial da estatal que presidiu entre 1974 e 1985 durante a fase de consolidação da Telebras no setor de telecomunicações nacional.

Quando assumiu a presidência, em 1974, a Telebras atendia a 2,6 mil localidades, tinha quase dois milhões de terminais instalados e uma receita de exploração de U$ 585,7 milhões. Onze anos depois a empresa teria sete milhões de telefones instalados, uma uma receita de U$ 2,44 bilhões por ano e estaria presente em 8,5 mil localidades.

Entre outras realizações, o General Alencastro implantou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) em Campinas para atuar com produtos e soluções como foi o caso da fibra óptica, com a ABC-XTal, e das antenas de recepção de satélite. Outro importante projeto viabilizado a partir do CPqD foi a criação da central Trópico de Comutação Digital. Os objetivos vislumbrados pelo General Alencastro, seu idealizador, à época, eram tornar o Brasil independente dos fornecedores estrangeiros que dominavam o mercado de comutação, além de viabilizar a evolução tecnológica nesse setor.

No discurso de despedida da Telebras, em 1985, afirmara: “como homem de telecomunicações, a minha biografia está completa”. Nascido em 1918, em Santana do Livramento, na fronteira gaúcha, o General Alencastro era casado com Dona Nini, sua companheira desde a década de 40. Era filho e neto de militares. Deixa os filhos Lúcia Helena e Antônio e vários netos.

Com informações do livro Alencastro: o general das telecomunicações, publicado pela Editora Plano Editorial em 2004.

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Fonte: Teleco
Biografia do General Alencastro conta a História das Telecomunicações no País

O livro retrata a evolução das telecomunicações no Brasil, desde a década de 60 até a redemocratização do país e a privatização do Sistema Telebrás.

"Alencastro - o General das Telecomunicações" é a biografia do general José Antonio de Alencastro e Silva, lançada pela Plano Editorial, com patrocínio da Brasil Telecom, e que traça amplo panorama da história das telecomunicações no Brasil. O livro relata, entre outros, o período em que Alencastro presidiu a Telebrás, de 1974 a 1985. E conta como foi possível, para o país, sair de um cenário formado por cerca de 800 operadoras, não integradas e com serviços de baixa qualidade, na década de 60, até a construção de uma rede de telefonia nacional, presente em todos os municípios brasileiros e baseada em rigorosos parâmetros de eficiência. A partir de entrevistas com o próprio general Alencastro, contemporâneos, amigos e colaboradores, familiares e outros personagens da história do setor, e de pesquisas bibliográficas, a biografia foi escrita pelas jornalistas Lia Ribeiro Dias, Patrícia Cornils e Verônica Couto.

Além da trajetória de Alencastro, que se tornou símbolo no setor por sua luta em defesa dos interesses nacionais e por sua austeridade, o livro conta a história do Brasil recente, ao inserir a evolução das telecomunicações nos diversos contextos políticos e econômicos do país, desde Getúlio Vargas até a Nova República, passando pelos governos militares. Estão lá o desenvolvimento do projeto Trópico, a formação do CPqD, as diversas batalhas travadas contra os cartéis, o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão das empresas, entre outros lances fundamentais para a formação da rede nacional de telecomunicações.

Uma cronologia também reúne os principais fatos do setor de telecomunicações, desde 1962, quando entrava em vigor o Código Brasileiro de Telecomunicações, até 1985, data da redemocratização do país e do lançamento do Brasilsat A1, primeiro satélite doméstico brasileiro.

"A Brasil Telecom, ao patrocinar este livro, quer dar às novas gerações a oportunidade de conhecer um personagem singular e melhor entender a história das telecomunicações no país", afirma Jorge Jardim Filho, vice-presidente da operadora. Para ele, entre os legados do general Alencastro, se destaca a formação de uma inteligência nacional na área das telecomunicações, presente nas operadoras, na indústria e nos centros de pesquisa.

"Conhecer a história do general Alencastro e da implantação de um modelo industrial orgânico e consistente, como se fez no Sistema Telebrás, nos parece fundamental neste momento em que o país discute a redefinição do papel das agências regulatórias e em que as telecomunicações ingressam numa nova fase, do ponto de vista tecnológico e de mercado", afirma Lia Ribeiro Dias.