WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2011
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: LINK / Estadão
[12/12/11]
Banda larga popular não sai do papel - por Eduardo Rodrigues
Para impulsionar investimentos, empresas ainda aguardam a desoneração
prometida pelo governo, junto com programa de universalização
BRASÍLIA – O propalado aumento da capacidade das redes de telecomunicações
no País e a interiorização do serviço que viriam no embalo do Plano Nacional
de Banda Larga (PNBL), lançado em julho deste ano, ainda não saíram do
papel. A internet rápida popular por enquanto só existe nas cidades que já
contavam com rede instalada, enquanto as empresas aguardam a desoneração
prometida pelo governo para impulsionar seus investimentos.
O objetivo do PNBL é levar o acesso rápido e barato à rede mundial de
computadores a todas as cidades do País até 2014. Após convênio com o
Ministério das Comunicações, as principais empresas de telecomunicações se
comprometeram a oferecer pacotes de 1 megabits por segundo (1 Mbps) por uma
assinatura mensal de R$ 35. Além disso, nos Estados que abrirem mão do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o valor do plano
popular deverá ser de R$ 29,90.
Para dar fôlego aos investimentos das companhias, o governo anunciou – junto
com o programa de universalização – a criação de um regime especial de
tributação que desoneraria de PIS e Cofins a construção de redes de fibras
ópticas. Só que até o momento a proposta está emperrada na Casa Civil,
esperando que a base governista no Congresso consiga andar com a pauta de
prioridades do Palácio do Planalto, como a prorrogação da Desvinculação das
Receitas da União (DRU), que foi aprovada em primeiro turno esta semana.
Com isso, o cronograma das empresas até agora tem contemplado apenas as
localidades que já contavam com o acesso à banda larga. Ou seja, o PNBL em
2011 apenas baixou o preço do serviço, sem de fato levá-lo a novas
fronteiras. Para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a medida de
desoneração sairá “com certeza” ainda este ano, e o mercado já traça seus
planos de investimentos para 2012 confiantes nesse desconto na tributação.
Telebrás. Apenas a estatal Telebrás ampliou sua rede sem esperar pelos
incentivos fiscais. A empresa reativada pelo governo no ano passado vai
“iluminar” – equipar para a transmissão de dados – uma extensa rede já
existente e construir novos anéis de fibras ópticas para vender o serviço no
atacado, ou seja, para pequenos provedores locais que desejarem negociar
planos do PNBL.
De acordo com dados da companhia, até o fim de dezembro estará adiantada a
instalação da “espinha dorsal” de sua rede principal, que sai do Rio Grande
do Norte e segue pelo litoral do Ceará, Piauí e Maranhão para depois descer
pelo centro do País – via Tocantins, Goiás, Distrito Federal -, passando
pelo Triângulo Mineiro até chegar na capital de São Paulo. Já a instalação
da rede da Telebrás na Região Norte – a mais “apagada” do Brasil – ainda nem
tem data para acontecer.
Empresas. A Claro é a operadora que mais avançou em 2011 dentro do PNBL,
oferecendo o plano popular em 700 cidades que já contavam com a cobertura da
companhia. TIM e Oi comercializam o pacote do programa em 300 cidades cada,
enquanto a Telefonica atende 229 municípios do Estado de São Paulo.
De acordo com o diretor de regulamentação da Oi, Paulo Matos, a companhia
espera que a desoneração prometida saia do papel para que os investimentos
planejados possam deslanchar em 2012. “Os investimentos têm tudo para entrar
em um círculo virtuoso, se o governo de fato estimulá-los com a redução dos
custos de implantação das redes”, afirma o executivo.
A Oi pretende chegar a 900 cidades atendidas até o fim do primeiro semestre
de 2012. “O acordo com o governo foi para levar a assinatura do PNBL aos
lugares onde há disponibilidade de rede. O estímulo à demanda já dado pelo
preço mais baixo e os estímulos à implantação de infraestrutura é que irão
definir o alcance do programa”, conclui.