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Fonte: Senado Federal - Revista Em Discussão - Edição nº 6
[Fev 2011] No
mundo, planos de banda larga apostam na iniciativa privada
A importância estratégica da internet já foi percebida por muitos países que,
para aproveitar todas as potencialidades oferecidas pela rede, resolveram
disseminar o acesso em banda larga. A ação é tida como peça importante dos
planos globais de desenvolvimento.
Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Finlândia,
França, Irlanda, Japão, Portugal, Cingapura, entre outros, já delinearam
políticas públicas e planos específicos, a maioria com foco no aumento da
velocidade e na penetração dos pontos de acesso em todas as regiões, classes
sociais e domicílios. Outro traço comum entre a maioria dos projetos de banda
larga no mundo é a liderança do setor privado na construção e modernização das
redes.
Para o Sinditelebrasil e a Teleco, não há exemplo de projeto de banda larga no
mundo que se assemelhe à proposta de atuação da Telebrás prevista no plano de
banda larga brasileiro.
“Não existe no mundo atual caso de uma empresa estatal sendo criada para o fim
de oferecer banda larga fixa em áreas remotas e (ou) de baixo poder aquisitivo.
O modelo australiano é usar uma empresa pública para construir a infraestrutura
e, após cinco anos, entregar a operação à iniciativa privada”.
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Banda larga em Portugal
O governo português anunciou no início de 2009 uma linha de crédito de 800
milhões de euros para financiar a atualização, pelas operadoras, das redes de
banda larga em Portugal. O objetivo
era que elas investissem 1 bilhão de euros para conectar 1,5 milhão de
domicílios e empresas à banda larga em fibra ótica até 2010.
Esse foi o primeiro passo de um plano de 2,18 bilhões de euros anunciado em
dezembro de 2008 para estimular a economia do país. O governo português havia
fixado uma meta de 50% dos domicílios com banda larga em Portugal até 2010. Em
2009, o país já tinha um computador para cada 2,1 alunos e 100% dos serviços do
governo disponíveis on-line (e-government). Todas as escolas já estão ligadas à
internet em banda larga em Portugal, assim como quase 100% do território
português.
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Banda larga no Japão
Em 2001, o Japão lançou o programa que privilegiava o papel do setor privado,
visto como líder do processo, cabendo ao governo regular o setor para que os
mercados funcionassem harmoniosamente. Por outro lado, coube ao Estado atender
as áreas não contempladas pelo setor privado.
O programa de banda larga no Japão obrigou os governos nacional e local a
instalarem fibra ótica em áreas carentes. Outro programa, paralelamente, tinha
como objetivo proporcionar, a preços acessíveis, até 2005, acesso à internet de
alta velocidade para, no mínimo, 30 milhões de domicílios, e a redes de
altíssima velocidade para 10 milhões de domicílios. O Japão atingiu esses
objetivos e uma taxa de penetração de banda larga doméstica de 41,7% em 2004.
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Banda larga na França
Depois de universalizar o acesso à banda larga de, no mínimo, 512Kbps, a um
custo máximo de 35 euros por mês, o principal objetivo do “França Digital 2012”
é universalizar o acesso a banda larga na França de alta velocidade até o fim de
2012.
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Banda larga na Coreia do Sul
Em 2009, o país anunciou plano para atualizar a rede nacional e oferecer serviço
de 1 Gbps até 2012. Atualmente, os coreanos podem obter velocidades de até 100
Mbps. O plano de banda larga na Coreia do Sul custará US$ 24,6 bilhões nos
próximos cinco anos. O governo central contribuirá com quase US$ 1 bilhão, sendo
o restante proveniente de operadoras privadas. É esperado também que o projeto
crie mais de 120 mil postos de trabalho e que a indústria contribua com fundos
para o projeto de modernização nacional.
O governo também ofereceu treinamento de internet para a parcela da população
que poderia ser deixada para trás na era digital. Cerca de 10 milhões de pessoas
foram incluídas nessa categoria, incluindo donas de casa, militares, cidadãos
com deficiência e presidiários. Esse programa acabou ampliado para todos os
interessados em banda larga na Coreia do Sul.
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Banda larga na Irlanda
O país pretende garantir a prestação de serviços de banda larga a preços
acessíveis em áreas carentes. Nos termos do contrato, a empresa ganhadora da
licitação realizada em 2008 foi obrigada a fornecer serviços a todas as
localidades definidas pelo governo. A fim de promover a concorrência, a empresa
tem que compartilhar a rede com outros operadores. A empresa deve ainda prestar
o serviço da banda larga na Irlanda de forma ininterrupta, sem custos adicionais
por tempo de conexão, com velocidade de download de 1 Mbps e de upload de
128Kbps.
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Banda larga na Espanha
Desde 2005, o Ministério da Indústria, Turismo e Comércio espanhol tem concedido
auxílios financeiros às operadoras, a fim de incentivar investimentos em áreas
consideradas desinteressantes pelas empresas. São duas as linhas de ação
espanholas: implantar infraestruturas de acesso, na maioria sem fio, para
atender à demanda em áreas isoladas e rurais, e melhorar a velocidade e a
capacidade das redes de base rurais (backbones), usando fibra ótica e rádio.
O governo anunciou que cada cidadão terá em 2011 o direito legal de acesso a
banda larga na Espanha de 1 Mbps a um preço fixo. Em agosto de 2010, o governo
espanhol aprovou financiamento de 200 milhões de euros para a expansão da
cobertura de banda larga na Espanha e a modernização das redes de acesso.
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Banda larga na Finlândia
Uma lei torna o acesso à banda larga na Finlândia um direito para os cidadãos.
Quando a lei entrou em vigor, em julho de 2010, todos os cerca de 5,3 milhões de
habitantes, teriam direito garantido, já no fim do ano passado, a uma conexão de
banda larga de um megabit. O setor público financiará a atualização das redes
pelas operadoras para que a maioria dos cidadãos, até 2015, tenha acesso a uma
rede de fibra óptica de 100 Mbps.
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Banda larga na Alemanha
A estratégia de banda larga do governo alemão, aprovada em 2009, prevê a
universalização até 2010 e garante que 75% dos lares alemães tenham acesso a uma
conexão de banda larga de pelo menos 50 Mbps até 2014. O governo atua em quatro
áreas para garantir a banda larga na Alemanha: acelerando os leilões de
radiofrequência, estimulando os operadores a implantar infraestrutura comum,
regulando o mercado de forma a promover o crescimento e a inovação e apoiando
financeiramente as empresas.
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Banda larga no Canadá
Um dos primeiros países a implementar um projeto de universalização da conexão
em banda larga foi o Canadá. O orçamento para 2009 destinava US$ 225 milhões em
três anos para a indústria canadense desenvolver e implementar uma estratégia de
expansão da cobertura para todas as comunidades não atendidas com banda larga no
Canadá.
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Banda larga nos Estados Unidos
Em março de 2010, o governo dos EUA lançou o Connecting America: The National
Broadband Plan, com o objetivo de garantir acesso universal em banda larga,
individual (mínimo de 100 Mbps) e institucional (mínimo de 1 Gbps). O plano de
banda larga nos Estados Unidos privilegia a cessão dos recursos que o governo
controla, como radiofrequências, postes e direitos de passagem, para estimular a
modernização das redes e a competição. Também deverá ser criado um novo fundo,
com o aporte de US$ 15,5 bilhões nos próximos 10 anos, para garantir conexão com
velocidade de pelo menos 4 Mbps de download. Outro fundo seria criado para
reduzir as diferenças entre os estados.
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Banda larga na Austrália
Os maiores entraves à universalização do acesso em banda larga na Austrália são
as grandes áreas, muitas delas inóspitas, do país. Em 2009, o governo anunciou o
mais ousado e mais caro de todos os planos: a construção de uma rede 100 vezes
mais rápida do que a atual (50% das conexões do país estão acima de 2 Mbps), no
valor de US$ 33 bilhões e a criação de uma empresa de capital misto
público-privado para executá-la. Pelo plano, o governo venderia sua participação
majoritária cinco anos depois de a rede se tornar plenamente operacional.
Longe de ser um consenso, o projeto foi um dos temas mais discutidos durante a
campanha eleitoral australiana em 2010. A oposição tem uma proposta alternativa,
mais barata (6,3 bilhões de dólares australianos), que em sete anos cobriria 97%
dos domicílios do país por meio de uma combinação de acessos via satélite, em
fibra óptica e sem fio.
“Em lugar de criar um novo e ineficiente monopólio gerido pelo governo, o plano
da coalizão estimulará um mercado de banda larga na Austrália vibrante e
impulsionado pela iniciativa privada”, disse Tony Smith, o porta-voz da oposição
para assuntos de comunicações.