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Fonte: Brasil Econômico
[08/06/11]
Telebrás faz giro de ações despencar na Bovespa - por Mariana Segala (msegala@brasileconomico.com.br)
Se o volume financeiro no segmento de ações da BM&F Bovespa se mantém mais ou
menos estável, não se pode dizer o mesmo do número de papéis negociados.
A queda na quantidade de títulos nos últimos 12 meses foi gigantesca. Em maio de
2010, o giro atingiu um total de 1,03 trilhão de ações, 18 vezes maior que os
"apenas" 55,33 bilhões de papéis transacionados no mês passado.
Falando em termos de volume financeiro, comparativamente, o giro atingiu um
total de R$ 152,93 bilhões em maio do ano passado, caindo para R$ 133,60 bilhões
no mesmo mês deste ano.
A redução do número de ações negociadas, sem ter havido uma queda correspondente
no volume financeiro, tem praticamente um só nome: Telebrás.
Até janeiro, as ações da empresa - não operacional - eram cotadas em lotes de
mil e havia mais de um trilhão delas circulando no mercado. Para reduzir os
custos e elevar a eficiência, o conselho e os acionistas aprovaram um
agrupamento dos papéis, numa proporção pouco usual no mercado de capitais. Cada
10 mil ações foram transformadas em uma. No dia 21 de janeiro, último pregão
antes do agrupamento, as preferenciais da Telebrás fecharam cotadas a R$ 1,57
por lote de mil ações.
Como tinham um preço tão baixo, os papéis da Telebrás figuravam entre os
chamados "micos" preferidos dos investidores individuais. "Ações de valor baixo
chamam atenção das pessoas físicas porque qualquer valorização, de centavos,
representa muito em termos porcentuais", diz o agente de investimentos da
corretora H. Commcor Waldir Kiel.
Durante o ano passado, do total de ações negociadas na bolsa, um total de 73%
foi formado apenas pelos papéis preferenciais e ordinários da Telebrás, segundo
levantamento elaborado pela BM&FBovespa.
Apenas em maio de 2010 - mês em que o governo anunciou oficialmente o Plano
Nacional da Banda Larga (PNBL), do qual a Telebrás seria a operadora - as ações
da empresa representaram 90% do total de papéis girados no pregão. Com o
desdobramento em janeiro, a participação da Telebrás caiu para 21% em fevereiro
e para quase 6% no mês passado.
Na visão de Kiel, não apenas o caso Telebrás contribuiu para a redução do número
de ações negociadas.
"Há vários outros papéis que custam pouco, muito especulados pelas pessoas
físicas", diz. Ainda são cotadas em lotes de mil ações 11 empresas, entre elas,
Ampla Energia, Embratel e Tec Toy.