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Fonte: Clipping MP - Origem: Estadão
[25/06/11]
Empresas e governo fecham acordo para PNBL
Concessionárias aceitaram oferecer um serviço de acesso rápido à internet por R$
35 em todos os municípios
As empresas de telefonia fixa e o governo federal fecharam um acordo para o
início efetivo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Depois de meses de
disputa, as concessionárias finalmente aceitaram oferecer um serviço de acesso
rápido à internet por R$ 35 em todos os municípios, como queria a presidente
Dilma Rousseff.
Onde não for economicamente viável para as teles ofertar banda larga fixa por R$
35 o megabit por segundo, sem a obrigação de o consumidor adquirir junto uma
linha de telefone, os consumidores poderão contar com uma banda larga móvel,
pelo mesmo preço, segundo revelou ao Estado o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo.
"Eles estão propondo que vão oferecer (banda larga de um mega a R$ 35) e, onde
tiverem dificuldade de vender o serviço sem a linha fixa, como lugares de grande
concorrência, farão a oferta com o braço móvel", disse Bernardo. Segundo ele,
está em fase final de ajustes um termo de compromisso que será assinado até
quinta-feira, em que as concessionárias de telefonia fixa assumirão essas
obrigações.
Como a banda larga móvel demanda a aquisição de um modem, estão sendo negociadas
melhores condições de preço e parcelamento do equipamento, para que isso não
seja uma barreira de entrada para novos usuários de internet rápida, disse
Bernardo. Outro ponto em discussão é o limite de download que será oferecido
para o PNBL.
Sanções
Ainda há um impasse para que o acordo seja efetivamente chancelado. Uma fonte
disse ao Estado que as empresas não querem sofrer sanções da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), caso não cumpram a oferta do PNBL. "O governo não vai
colocar dinheiro e ainda querem nos punir por descumprir um plano que eles
elaboraram?", questionou um executivo de uma das concessionárias.
O ministro, porém, deixou claro que não há possibilidade de se fechar o acordo
sem que sejam impostas sanções às empresas em caso de descumprimento. "Não
estamos interessados em multar, mas se fizermos o termo sem sanções fica inócuo;
aí vira só declaração de intenção."
Bernardo esteve ontem com a presidente Dilma, que quer que seja estabelecido um
cronograma de cobertura do PNBL até junho de 2014, bem como que a velocidade
seja aumentada gradativamente até 5 megabits, por um preço acessível à
população.
Bernardo deixou claro, porém, que o governo não subsidiará as empresas para
ofertar banda larga a R$ 35. "Como vou colocar dinheiro se estou convicto que
elas vão ganhar muito dinheiro com isso?" Para o ministro, o modelo de negócio
das empresas, hoje baseado em vender o serviço para poucos clientes, a um preço
mais alto, deve mudar para ofertar banda larga em escala a preços menores.
PARA LEMBRAR
O renovação dos contratos de concessão das concessionárias de telefonia fixa
(Oi, Telefônica e Embratel) deveriam ter sido assinados no fim do ano passado,
mas as negociações se estenderam neste ano, por causa do desacordo entre as
empresas e o governos sobre as metas de universalização.
O governo resolveu negociar, junto com essas metas, o Plano Nacional de Banda
Larga (PNBL). Durante as negociações com o governo, as empresas expressaram
temores de que a oferta de pacotes de baixo custo em cidades grandes poderia
prejudicar seus resultados e a própria competição.