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Fonte: Convergência Digital
[27/05/11] Seteh
vai recorrer da decisão do TCU contra a Telebrás - por Luís Osvaldo
Grossmann
Insatisfeita com o julgamento do Tribunal de Contas da União, que determinou à
Telebrás a renegociação dos preços do pregão de infraestrutura básica – mas não
anulou a licitação – a Seteh Engenharia, que desde dezembro do ano passado trava
uma guerra judicial com a estatal, vai recorrer da decisão.
“Houve omissão, contradição e obscuridade no julgamento do TCU, porque se o
tribunal entendeu que houve sobrepreço deveria ter anulado a licitação”,
sustenta o advogado da Seteh, Rodrigo Augusto.
Segundo o sócio-diretor da Seteh, Petrônio Augusto, o interesse é a abertura de
uma nova licitação para que a empresa possa participar da disputa – em especial
por entender que se tratou de um pregão com restrita participação de
concorrentes (foram cinco).
Na interpretação que faz da análise da área técnica do tribunal, a Seteh entende
que o sobrepreço no pregão foi de R$ 121 milhões e não R$ 53,6 milhões como
indicado no Acórdão do TCU. É o que vai sustentar nos Embargos de Declaração à
decisão do TCU.
Inicialmente, o sobrepreço denunciado pela Seteh foi de R$ 101 milhões, mas o
relator do caso, ministro José Jorge, determinou a realização de nova auditoria,
conduzida pela 3ª Secretaria de Obras do tribunal.
O objetivo do ministro foi ampliar a amostra analisada pela área técnica, além
de, como explicou em seu relatório, evitar que a análise ficasse concentrada em
preços apresentados pela própria Seteh ou a outros fornecedores ligados a aquela
empresa.
Como resultado, a Secob 3 avaliou 64% do universo licitado. Segundo a área
técnica, continuou sendo observado sobrepreço nos valores resultantes do pregão,
que, embora abaixo do inicialmente indicado R$ 101 milhões, ainda representavam
R$ 78 milhões.
A partir desse valor, o TCU levou em conta alguns dos argumentos apresentados
pela Telebrás – em especial divergências quanto aos percentuais adotados para o
Imposto sobre Serviços (ISS) e BDI, que é um índice orçamentário relativo a
custos indiretos.
Feitos alguns ajustes, o TCU indicou que o sobrepreço foi de R$ 53,6 milhões,
11,3% do total do pregão, de R$ 473,2 milhões. Como a Telebrás já negociara uma
redução dos valores, o valor final a ser novamente reduzido é de R$ 43,6
milhões.
A Seteh, no entanto, vai insistir que o valor do sobrepreço é de R$ 121 milhões.
Esse valor é encontrado ao se projetar os R$ 78 milhões indicados pela Secob 3,
sem ajustes, para 100% do pregão – uma vez que ele diz respeito à amostra de 64%
do total.
A CDTV, do portal Convergência Digital, disponibiliza para avaliação do caso
pelo leitor, do
vídeo gravado pelo próprio Tribunal de Contas da União do julgamento
realizado na quarta-feira, 25/5.