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Fonte: Convergência Digital
[11/11/11] Entrada
da Oi no projeto do satélite alimenta rumores de troca de comando na Telebras
- por Luis Osvaldo Grossmann e Luiz Queiroz
Seis meses depois de indicado, circulam rumores em Brasília que o novo
presidente da Telebras, Caio Bonilha, estaria com o cargo a perigo. O pano de
fundo seria um fantasma que ronda o projeto do satélite geoestacionário,
operação tocada pela estatal: O interesse da Oi em participar do negócio.
Aparentemente, o fantasma começou a se materializar. Por indicação do Ministério
das Comunicações, a gestão do projeto na Telebras já passou a ser feita por uma
funcionária oriunda da AG Telecom, do grupo Andrade Gutierrez, justamente a dona
da Oi.
A costura da mudança avançou no início de outubro, quando o secretário de
Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, indicou Milani Vieira
Trannin, ex-diretora de tecnologia da AG Telecom, para a Telebras.
Com o projeto concluído – inclusive a negociação entre a estatal e a Embraer
para a constituição de uma empresa a ser responsável pela transferência de
tecnologia – Trannin assumiu a função de tocar a empreitada.
Como a Telebras não é favorável ao casamento com a Oi, a indicação alimentou os
rumores de que o presidente da estatal, Caio Bonilha, indicado em junho deste
ano, pode ser substituído.
Para os defensores do projeto do satélite geoestacionário, não faz sentido a
participação de uma empresa privada no negócio uma vez que o objetivo declarado
do governo seria, exatamente, manter o controle sobre essas comunicações.
O potencial substituto, que seria o próprio Martinhão, nega que existam
tratativas a esse respeito. Procurado, Caio Bonilha evitou comentar alegando
desconhecer eventuais mudanças.
Ele assumiu o cargo após o Minicom demitir Rogério Santanna – o principal
defensor do Plano Nacional de Banda Larga e da reestruturação da Telebras.
Santanna, por sinal, também alega que soube da demissão pela imprensa.
Coincidência ou não, um mês após a saída de Santanna da posição que na prática o
colocava como gestor do PNBL, o ministério assinou um acordo com as operadoras
para a oferta de banda larga “popular”.
A ex-funcionária da AG Telecom, porém, pode não ser a única divergência recente
entre Telebras e Minicom. Pelo menos três indicações do ministério para o cargo
de diretor técnico da estatal foram preteridas. Vingou um nome escolhido pelo
próprio Bonilha.