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Fonte: Portal da Band - Colunas
[18/10/11]  Cadê a banda larga? - por Mariana Mazza

A recém-lançada "banda larga popular" já foi tema aqui da coluna, mas vou ser obrigada a voltar ao assunto. Fruto de um acordo entre as concessionárias de telefonia fixa e o Ministério das Comunicações, o projeto promete vender banda larga de baixo custo (R$ 35) em todo o Brasil. Na primeira fase, 344 municípios estão sendo atendidos, segundo dados do ministério. Mas estão mesmo?

A reportagem da BandNews FM Brasília constatou que não. A repórter Juliane Sacerdote tentou ter informações sobre os pacotes populares nos Call Centers das teles e, apenas uma delas, a Sercomtel, parecia ter treinado seus atendentes para vender o produto. As duas maiores, Oi e Telefônica, sequer têm a oferta em seu menu de opções da central. Ou seja, quem quiser comprar a prometida banda larga popular vai sofrer.

Coincidência ou não, hoje a Telefônica divulgou novos planos de banda larga promocionais. Consultei o site da Oi e percebi que a empresa seguiu a rival, com pacotes idênticos de banda larga. Os planos mais baratos das duas companhias sai por R$ 29,90 com velocidade de 1 mbps, preço inicialmente abaixo do combinado com o governo. Mas os planos não são tão vantajosos assim.

Primeiro porque agora todas as companhias resolveram mudar o método de venda banda larga no Brasil. Elas agora vendem pacotes de download e não mais conexões ilimitadas com preço estabelecido conforme a velocidade. Assim, quando você se deparam com o plano Vivo Internet Brasil 1GB, por exemplo, esse 1GB não é velocidade de 1 gbps, mas sim o volume de informações que você poderá acessar na Internet. Mas quem sabe quanto pesa um portal ou um vídeo na web? Bom, ao que tudo indica, a pessoa vai ter que descobrir o seu consumo padrão no método tentativa/erro.

E o que acontece quando você excede essa limite de download? O consumidor tem a possibilidade de pagar por mega excedente ou ter a sua velocidade reduzida. E quando digo "reduzida", acreditem: a queda é absurda. Nos pacotes mais caros, de 3GB a 10GB, a velocidade cai de 1 mbps para 256 kbps. Mas tem plano pior. Os menores, de 30MB e 60MB tem a velocidade cortada para chocantes 16kbps. Para se ter uma ideia, essa velocidade é quatro vezes menor do que a conexão por linha discada (dial up), aquela que fazíamos por meio da linha telefônica.

Pelas definições técnicas usadas no setor de telecomunicações, essa velocidade é tão baixa que sequer pode ser classificada como um serviço de telefonia. Para ser telefonia, a taxa de transmissão ter que ser de, no mínimo, 64 kbps. Por isso as conexões por linha discada têm essa velocidade nominal.

Engenheiros ouvidos pela coluna asseguram que uma taxa de transmissão de 16 kbps não é suficiente para permitir uma navegação minimamente razoável. "Estão inaugurando a banda estreitíssima", brincou um deles. Pelo visto, a banda popular nem bem foi lançada e já vai de mal a pior. Se o cliente achar o plano para comprar, pode se preparar para ter dor de cabeça.