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Leia na Fonte: Convergência Digital
[21/06/12]
Telebras faz megalicitação para contratar cabos submarinos - por Luís
Osvaldo Grossmann (Consulta pública sobre Termos de
Referências)
Como parte da estratégia para viabilizar preços mais baixos nas conexões do
Plano Nacional de Banda Larga – e assim garantir a meta de chegar a 2014 com
acessos de 4 Mbps ainda na casa de R$ 35 para os usuários – a Telebras começou o
processo de contratação de um novo sistema de cabos submarinos internacionais.
Já está disponível na página da estatal na Internet (www.telebras.com.br) o
termo de referência da solicitação de propostas para esses cabos. O texto ficará
em consulta pública até 5/7 e o objetivo, além das contribuições, é atiçar as
empresas interessadas nas obras.
A projeção calcula o custo total do sistema de cabos em R$ 1,8 bilhão, mas a
arquitetura do projeto prevê que apenas uma parcela desse investimento será
feita diretamente pela Telebras. Todo o desenho prevê parceiros privados e
estatais (nesse caso, com Argentina e Uruguai). Mas a participação mínima da
Telebras deve ficar entre 10% e 15% do projeto – podendo ser maior a depender
dos acertos.
“Nosso objetivo é contratar a implantação ainda este ano, de forma que os cabos
estejam prontos no primeiro trimestre de 2014”, explica o presidente da
Telebras, Caio Bonilha. A estimativa é de que essa implantação leve 18 meses
para ser concluída.
O calendário levou a estatal a soltar agora o termo de referência, mas o que se
espera é que logo seja formalizado o consórcio principal da empreitada – o que
ainda depende da oficialização da Odebrecht como parceira no projeto. A empresa
já concluiu inclusive uma auditoria do projeto.
O sistema envolve a construção de cinco cabos submarinos – e para cada um desses
trechos deve ser formatado um consórcio específico a depender dos parceiros
privados e estatais interessados, com base nas necessidades de capacidade de
transporte de cada um.
Nos trechos principais (Brasil-EUA e Fortaleza-CE-Santos-SP, como será visto
abaixo), a capacidade do sistema deverá ser de 20 Tbps cada – além de 10 Tbps
para as demais etapas. O aumento de capacidade, porém, será gradativo. De acordo
com o termo de referência, inicialmente ela será de 40 Gbps.
“Os cabos submarinos são duplamente importantes. Primeiro pelo caráter
estratégico de garantir ao Estado brasileiro a posse dessa infraestrutura. Além
disso, eles vão permitir uma redução importante nos custos”, explica o
presidente da Telebras.
Grosso modo, a conta é de que o link internacional, hoje na casa dos US$ 20 por
MB, caia pelo menos à metade desse valor – o preço (FOB) da saída a partir dos
EUA deverá ficar próximo de US$ 5 ou US$ 6. Essa projeção, porém, leva em conta
o uso da capacidade total do sistema, visto que o custo de manutenção é o mesmo
ainda que apenas 1 Mbps trafegue pela rede.
É nesse contexto que a Telebras espera viabilizar o aumento de velocidade do
PNBL para 4 Mbps em 2014. E de forma a tornar viável essa oferta pelos
provedores, a estatal já negocia um kit de conexão (antena e modem) a R$ 100-R$
150 fabricado pela catarinense Intelbras. Atualmente, kits importados saem por
volta de R$ 200.
Projeto
O primeiro trecho prevê conectar o Brasil aos Estados Unidos, a partir de
Fortaleza-CE até Jacksonville, na Flórida, mas com “braços” para Caiena, na
Guiana Francesa, e Puerto Plata, na República Dominicana. Como os EUA são a
principal origem do tráfego internacional de Internet, a importância desse
trecho é óbvia.
A partir de Fortaleza sairão outros três trechos do projeto. Um deles é a
ligação com a capital de Angola, Luanda, para garantir a conexão com a África –
com vistas, a longo prazo, a garantir parte do significativo fluxo da Ásia que
contorna o continente africano. Nesse trecho, o principal parceiro é a Angola
Cables.
Também da capital cearense partirá um novo cabo com direção a Santos-SP, no qual
está prevista uma conexão também ao Rio de Janeiro. A partir de Santos um outro
trecho seguirá em direção a Maldonado, no Uruguai – mas já existe a perspectiva
de uma ligação também com a Argentina. A Antel, uruguaia, tem interesse em ser
parceira nesse trecho.
O único trecho ainda a ser consolidado é o que liga Fortaleza a Europa – na
cidade portuguesa de Seixal, próxima a Lisboa. Para essa etapa ainda faltam
parceiros para que o trecho avance. Quando constituídas as parcerias, a ideia é
que dessa linha direta com a Europa saia uma ligação também com as Ilhas
Canárias.