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Leia na Fonte: ClippingMP - Origem: Valor Econômico
[30/05/12]
Visiona abre espaço para produção de satélite brasileiro - por
Virgínia Silveira
A Embraer e a Telebras assinaram ontem o acordo para constituição da Visiona
Tecnologia Espacial S.A, empresa que irá coordenar a aquisição do Satélite
Geoestacionário Brasileiro. O satélite, que inicialmente será comprado no
exterior, visa atender às necessidades de comunicação satelital do governo
federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga e a área de comunicações
estratégicas da defesa, informou a Embraer em comunicado.
A nova empresa terá 51% de participação da Embraer e 49% da Telebras, e
participará do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).
Em entrevista ao Valor, o presidente da Agência Espacial Brasileira, José
Raimundo Braga Coelho, informou, na semana passada, que a nova empresa ficaria
sediada no Parque Tecnológico de São José dos Campos. Segundo a Embraer, a
Visiona também assumirá o papel de líder do Centro de Desenvolvimento de
Tecnologias Espaciais do Parque Tecnológico. Nessa posição, a nova empresa
atuará em parceria com universidades e centros de pesquisa, para acelerar a
capacitação do setor espacial brasileiro.
Para o presidente da Telebras, Caio Bonilha, o satélite brasileiro permitirá a
ampliação do acesso à internet a milhões de lares. Além disso, estrategicamente
é importante para o país garantir a posse e a operação de um satélite, tanto
para segurança nas transmissões de informações das redes do governo federal,
quanto para a autonomia do processo de desenvolvimento.
O presidente da agência disse que a iniciativa poderá gerar muitos "spin
offs"(criação de empresas a partir de uma tecnologia ou de outra empresa) para
vários segmentos das atividades espaciais do Brasil.
Embora o primeiro satélite geoestacionário [que se encontra parado relativamente
a um ponto fixo sobre a Terra] seja importado, o governo brasileiro vai exigir
contrapartidas tecnológicas para a solução de alguns gargalos do programa
espacial. A agência espacial, segundo Coelho, vai comandar esse processo de
transferência de tecnologia para a indústria nacional para que ela não precise
mais contratar todos os elementos de um satélite fora do Brasil. Além disso, no
longo prazo poderá haver produção local. "No Brasil não se fabrica nenhum
componente eletrônico com qualidade espacial, todos são importados. Para que
possamos dominar todos os níveis de tecnologia, temos que ser capazes de
ultrapassar essas dificuldades", afirmou.