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Fonte: Convergência Digital
[05/08/13]
PT critica isenções fiscais às teles e pede neutralidade de rede
- Luís Osvaldo Grossmann
O partido da presidente Dilma Rousseff e do ministro das Comunicações Paulo
Bernardo voltou a disparar contra as isenções concedidas às operadoras de
telecomunicações – bem como retomou a defesa do projeto de regulamentação da
mídia.
Em encontro em Fortaleza, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
aprovou uma resolução na qual “conclama” o governo a recuar das isenções
tributárias concedidas às teles, no valor estimado de R$ 60 bilhões, segundo o
documento.
O PT também exige que seja retomada a recuperação da Telebras, em princípio
reestruturada para tocar o Plano Nacional de Banda Larga, cujo ritmo
enfraqueceu. O partido reclama, do novo PNBL negociado com as teles.
Ainda no campo dos acertos com as operadoras de telecomunicações, o Diretório
Nacional do PT quer que o governo federal encampe a defesa da neutralidade de
rede, que no momento estaria “ameaçada por grandes interesses comerciais”.
O valor de R$ 60 bilhões, porém, já foi rejeitado pelo próprio Paulo Bernardo.
De fato, o principal programa de isenção tributária às teles é o regime especial
do PNBL, que isenta de impostos federais a construção de novas redes de
telecomunicações. Nesse caso, porém, a estimativa é de R$ bilhões em cinco anos.
Há, no entanto, discussões no governo sobre como financiar a expansão das redes
no país. A principal projeção, nesse caso também do ministro das Comunicações, é
de que seriam necessários cerca de R$ 125 bilhões para levar fibras ópticas a
todos os domicílios brasileiros.
Mas o número que talvez mais se aproxime da estimativa do PT é o que leva em
conta o valor dos bens reversíveis, que poderiam ficar definitivamente com as
operadoras em uma eventual negociação para se chegar àqueles R$ 125 bilhões.
Nesse caso, embora a Anatel tenha uma projeção modesta, de R$ 17 bilhões, há
indícios de eles poderiam estar mais próximos de R$ 80 bilhões.
Marco Legal
A mesma resolução recupera a defesa de um marco legal para as comunicações, sob
a forma das sugestões aprovadas na Conferência Nacional de Comunicações, em
2009, com mudanças no regime de concessões de rádio e TV, adequação da produção
ao previsto na Constituição [maior regionalização] e anistia às rádios
comunitárias.
Por isso, pede o documento que o governo reconsidere “a atitude do Ministério
das Comunicações, dando início à reforma do marco regulatório das comunicações”.
Para o partido, o Minicom decidiu adiar a implantação do marco legal da mídia.