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Leia na Fonte: Convergência
Digital
[14/08/13]
Não há banda larga móvel sem rede fixa, rebatem NIC.br e Telebras - por Luís
Osvaldo Grossmann
Se as operadoras de telecom deixam claro que o foco é a oferta de banda larga
móvel para a continuidade do Plano Nacional de Banda larga, o Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR – braço executivo do Comitê Gestor da
Internet – e a Telebras, que foi reestruturada para atuar na oferta de atacado,
ressaltam que o investimento na rede fixa é fundamental para o bom desempenho,
inclusive das conexões sem fio.
“Quando a gente começa a olhar o Brasil, a gente vê vários buracos onde
dificilmente vai ter Internet, ou seja, não tem condições de atender a não ser
com redes móveis. Mas onde tem concentração, quer dizer, nas cidades, precisa de
Internet fixa a ser instalada nas residências”, sustenta o diretor de Projetos
Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, Milton Kashiwakura.
Como lembra o presidente da Telebras, Caio Bonilha, o acesso móvel depende do
suporte da rede fixa. “O uso pessoal da banda larga pode ser encarado com
mobilidade, mas tem aplicações que o móvel não comporta. Não adianta ter um
sistema móvel instalado sem um backhaul adequado. E em muitas cidades do Brasil
o gargalo é que ainda tem backhaul de voz, de cobre. O futuro está é na fibra
óptica.”
A “preferência” das operadoras pelas redes móveis é justificada pelo movimento
de mercado, pois é onde o crescimento é mais acelerado – nas contas das
empresas, há 20 milhões de conexões fixas e mais de 85 milhões de conexões
móveis no país. Além disso, preferir incentivos às redes sem fio está
relacionado ao crescimento do tráfego de dados em estruturas que precisam de
ampliações de capacidade.
Há, no entanto, considerações necessárias. A conta de que o país já superou os
100 milhões de acessos em banda larga leva em consideração os celulares capazes
de acessar redes 3G – ainda que não estejam associados a contratos de serviços
de dados. Além disso, a Anatel tem um resultado menor, próximo a 77 milhões, por
não contabilizar aí os acessos M2M, que em grande medida não usam 3G.
Ainda assim, há muito mais acessos móveis que fixos. No entanto, o tráfego em si
é largamente dominado pelas redes fixas. Em seu Barômetro da Banda Larga, a
Cisco calcula que 70% do tráfego de um usuário móvel se dá em pontos de acesso
sem fio ligados a redes fixas, como os equipamentos Wi-Fi em casa ou no
trabalho. Apenas 30% do uso se dá enquanto o usuário está efetivamente em
deslocamento.