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Fonte: Tele.Síntese
[16/07/13]
Telebras busca mais segurança para sua rede - por Lúcia Berbert
A holding está dando mais um passo para se tornar fornecedora exclusiva das
comunicações governamentais
A Telebras abriu consulta pública de termo de referência para contratação de
empresa especializada para fornecimento de solução integrada de segurança da
informação em camadas que contemple serviços de implantação, treinamento
especializado, suporte técnico e garantia. Entre as soluções propostas está a de
utilização das fibras ópticas disponíveis nos órgãos do governo federal.
A decisão de aumentar a segurança da sua rede foi tomada pela Telebras após
denuncias de espionagem eletrônica feita pelos Estados Unidos em mensagens pela
internet e comunicações de voz de brasileiros. Antes disso, a estatal divulgou
nota afirmando que construiu uma rede de fibra óptica “segura contra invasões,
sejam de captura de dados para espionagem ou mesmo de ataques de hackers”. Para
garantir essa segurança, a empresa ressaltou que trabalha apenas com
equipamentos desenvolvidos no Brasil e que não se submetem às leis de outros
países.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, chegou a admitir a avaliação da
possibilidade de contratar rede corporativa da Telebras para atender os órgãos
da administração pública federal, sem licitação, em busca de mais segurança dos
dados do governo. Ele lembrou que já existem precedentes para esse tipo de
contratação, como o realizado pelo Ministério da Defesa e do próprio Palácio do
Planalto.
Poderão participar da licitação empresas brasileiras e estrangeiras, que tenham
escritórios no país. A consulta pública vai até o dia 24 deste mês.
Soluções
As soluções de segurança foram propostas de forma modular com a finalidade de
permitir a participação de vários fornecedores especializados em cada segmento.
Está prevista, inclusive, a possibilidade de atender aos parceiros e clientes do
Programa Nacional de Banda Larga com infraestrutura de Data Center capaz de
apoiar o funcionamento de seus próprios sistemas e necessidade de Tecnologia da
Informação.
Na avaliação da Telebras, os ciberataques estão cada vez mais sofisticados e a
proteção de dados reservados ou sigilosos tornou-se um grande desafio para as
equipes de TI. “Os ciberataques, muitas vezes, são originados no ambiente
interno da rede e utilizam-se de dados fornecidos por pessoas da própria
organização ou por acessos indevidos, conseguidos por meio de engenharia social.
Tratam-se de ameaças vindas de usuários comuns internos, muitas vezes
desavisados e/ou mal intencionados. A presente contratação tem como objetivo
controlar este tipo de ameaça”, sustenta a estatal.
A empresa também considerou para o desenho da solução mudanças no cenário
mundial de ameaças, onde os ciberataques têm ocorrido de maneira sofisticada e
direcionada, com motivação política e até ideológica, como no caso dos
hacktivistas (ativistas hacker). Além de muito mais frequentes, avalia a
estatal, pela facilidade do meio, as soluções tradicionais mais conhecidas não
são mais suficientes para barrar a “inteligência” dos códigos maliciosos.
“Assim, mais uma vez, a solução em várias camadas de atuação, complementar aos
tradicionais controles de IPS/IDS, firewall, entre outras, objetiva garantir não
mais o tráfego de dados simplesmente, mas o tráfego de informações, tratar o
conteúdo e não pacotes ou fluxos de dados, descer ao nível de usuário e conferir
valor à informação, de acordo com o uso que é feito dos dados gerados,
armazenados, custodiados e trafegados na rede corporativa”, diz a Telebras, no
termo de referência.
A solução proposta pela estatal, além de proteger o parque computacional, regrar
o acesso e uso de dispositivos móveis, atender às boas práticas internacionais
de segurança da informação e cumprir normas brasileiras, também auxiliará a
empresa no cumprimento de determinações por meio do controle, prevenção
mitigação dos riscos atrelados à guarda dos dados e documentos classificados com
algum grau de sigilo, os quais passarão a ser monitorados e poderão ser alvo de
auditoria e análise. Adicionalmente, ajudará a definir critérios de
classificação da informação sensível com base em regras pré-definidas, como
também, combater a vulnerabilidade de vazamento de informações empresariais
sensíveis e que possam comprometer negócios, traçando um cenário de
comportamento do trânsito da informação e consequente manutenção da
credibilidade da empresa, em dar o exemplo, bem como em garantir a qualidade das
informações prestadas à sociedade e aos acionistas.