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Leia na Fonte: Convergência Digital
[13/12/13]
Telebras quer ficar com R$ 1,5 bilhão
Ao responder à Comissão de Valores Mobiliários e citar a “proporcionalidade
contributiva”, a Telebras indica que quer ficar com R$ 1,5 bilhão daquele
superávit de R$ 2,2 bi. Tal proporção, no período do sistema público, era de
dois para um – o empregador colocava R$ 2 para cada R$ 1 dos empregados. Na
conta da estatal, significa levar 68,8%, deixando 31,2% para os aposentados.
Para os ex-funcionários, é um cenário ainda pior que o meio a meio defendido
pelas teles privadas – acordo que, lembre-se, eles não aceitam por entender que
a regra básica do superávit é o reajuste dos benefícios e, principalmente, por
entenderem que devem ficar com os R$ 2,2 bilhões.
À Justiça, os aposentados sustentaram que as operadoras privadas jamais
contribuíram com o PBS-A. Também relacionam que apesar disso, elas já foram
beneficiadas quando “retiraram do PBS-A todo o superávit técnico apresentado em
1999 (1,717 bilhões de reais)”.
Privatização
Com a divisão do antigo sistema Telebrás em diversas empresas, o fundo de pensão
dos funcionários também foi repartido. Surgiram 14 novos “planos patrocinados”,
que dividiram parte do esbulho. Um 15º reuniu os funcionários inativos. É sobre
este último que se dá a disputa atual.
O raciocínio da Telebras e dos aposentados começa parecido. As teles privadas
ficaram com os fundos de pensão dos empregados ativos, enquanto os inativos
foram reunidos naquele PBS-A, ou Plano de Benefício Sistel Assistidos. Essa
divisão estaria prevista no próprio edital de privatização.
De fato, o edital MC/BNDES 1/98, em seu capítulo 4, sobre “obrigações especiais”
traz que “os vencedores do leilão” devem, entre vários itens: “assegurar aos
atuais empregados das companhias e de suas respectivas controladas, os Planos de
Previdência Complementar da Fundação Sistel de Seguridade Social (...)”.
A divisão dos vários fundos teve outra consequência. Como novas patrocinadoras
previdenciárias dos empregados ativos, as operadoras privadas acabaram assumindo
a maioria dos postos da Fundação Sistel. A Telebras, em estado de animação
suspensa até 2010, não tem assento no Conselho.
Mas a estatal é reconhecida como patrocinadora. E pelas regras dos fundos de
pensão, modificações nos regulamentos benefícios precisam ser aprovadas por
unanimidade antes de receberem o ok da Previc, a Superintendência Nacional de
Previdência Complementar. Por isso a Telebras, mesmo fora do Sistel, travou a
questão ao discordar da partilha.
Se a briga vai mesmo se estender, como sugere a estatal em comunicado à CVM, as
empresas, pública e privadas, provavelmente podem esperar. A dúvida é o quanto
tempo resta para os aposentados que têm direito ao dinheiro, mas que, vale
lembrar, já estavam inativos há, pelo menos, 15 anos.