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Leia na Fonte: Mapinguari Digital
[22/01/13]
A realidade sobre o PNBL
O Globo publicou, dia 14/01, uma reportagem sobre a situação do PNBL (Programa
Nacional de Banda Larga). Leia o comentário do C. A e entenda porque a Banda
Larga nunca chega e, ainda assim, custa caro.
Se as velocidades descritas pelo Globo (em “megabytes”) forem por segundo,
estamos muito bem na rede: são cerca de 10 megaBITs por segundo! Fica evidente
que quem escreveu (e o editor acima dele) não tem a mínima ideia do assunto.
Filtrando, a velocidade seria em tese de 1 Mbit/s. Se for real, é bastante
razoável, apesar de limitar muito o “streaming” (hoje cada vez mais essencial na
Internet).
Elevar para 2 Mbit/s como meta da Telebras para 2014 é mais que urgente e já
deveria ter sido a meta desde o início do programa — lembrando sempre que o
Brasil é uma das seis maiores economias do planeta e as outras estão lá na
frente nisso. Mas é um avanço em relação à ideia original de 0,5 Mbit/s, para
não falar da “Internet popular” de 128 kbit/s (“popular” aqui tem o sentido de
castas…).
Aliás, pago pela Internet de 10 Mbit/s R$ 60 por mês. OK, é parte do infernal “combo”,
mas isso equivale a R$ 6/mês por Mbit/s. Na banda “popular” de R$ 35 o valor é
quase seis vezes mais alto. Quaisquer que sejam os argumentos (entendendo que há
um valor mínimo de custos independente da velocidade), isso não está bem — se
subir para 2 Mbit/s, segundo O Globo, cairá a R$17,50/mês ou R$20/mês por Mbit/s
— ainda alto em relação ao que a “pequena burguesia” das grandes cidades paga
hoje.
É lamentável que as telefônicas continuem reclamando que estender a infra de
fibra a lugares com poucos usuários é ruim. O maldito “mercado” não é uniforme,
e na média estarão lucrando muito. Essa visão pequena dá mais razão ainda para a
Telebras acelerar a implantação de sua rede. E ter detalhado um plano de
ampliação gradativa da velocidade para toda sua última milha.
Mas… No meu curto período no conselho da empresa, eu ficava decepcionado com as
incríveis restrições orçamentárias em um projeto tão estratégico para o país (e
com um custo específico por beneficiário tão baixo de implantação em relação a
outras infraestruturas físicas em relação a seu retorno econômico, social,
cultural, enfim, estratégico). Sentia o cheiro ruim da pressão exitosa das teles
sobre setores do governo federal.
Não sei como está hoje. Vendo o BNDES despejar bilhões nas telefônicas
transnacionais que atuam no Brasil, acho que as críticas do Lessa ao governo
fazem sentido.
Enfim, fibra amplamente distribuída nacionalmente é estratégico, mesmo que em
alguns municípios seja agora “quase um usuário por km”, como diz a Oi.
[]s fraternos
– c.a.