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Fonte: Convergência Digital
[03/07/13]
Telebras licita backhaul e negocia com prefeituras - por Ana Paula Lobo
A Telebras sabe que o calcanhar de aquiles para ampliar a oferta de serviços
está no backhaul - infraestrutura que permite à interligação com o backbone. E
para acelerar a sua construção, a estatal está pressionando os seus
fornecedores. Ainda em julho, revela o presidente da empresa, Caio Bonilha, vai
ser realizado um pregão para contratar rádios com 1Giga de capacidade.
"Temos dificuldades de levar fibra a todos os lugares para o backhaul. O rádio é
uma solução para chegarmos aos provedores. Tivemos problemas no fornecimento nos
últimos meses, por conta da demanda do 4G das teles. Mas já regularizamos a
entrega e estamos interligando cerca de 50 localidades com rádio. Mas queremos
maior capacidade para escoar o tráfego de voz e dados", detalhou Bonilha, que
participou nesta quarta-feira, 3/7, do Broadband Latin America, evento realizado
na capital paulista.
Segundo ainda o executivo, o backbone da Telebras já está com 25 mil quilometros
e possui 1187 provedores de Internet cadastrados no banco de dados para
atendimento. Mas, hoje, apenas 100 já estão atendidos e consumindo cerca de 500
gigabits da infraestrutura. "Vem daí a nossa necessidade de investir em
backhaul. Aliás, acho que é preciso compartilhar o backhaul. E estamos abertos a
negociar", ponderou. A Telebras, informou ainda Bonilha, já está ampliando nos
pontos de maior demanda - Rio, São Paulo e Brasília - a capacidade para 100
gigabits.
Dentro desa linha de expansão do backbone para as pontas do acesso, a Telebras
espera fechar acordo com as prefeituras para expandir os anéis metropolitanos.
"Eles podem ser bons parceiros porque, agora, poderão monetizar o investimento",
avalia Bonilha. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, já foram fechados
acordos com a prefeitura para atender Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde boa parte
dos esportes das Olimpiadas 2016 estará concentrada. Também já há uma linha
sendo puxada para a Ilha do Governador, para atender o aeroporto do Galeão.
"Fechamos também com a Prodabel, em Belo Horizonte, para termos anel óptico
metropolitano interligando a capital mineira e outras nove cidades da zona
metropolitana", acrescenta.
Copa do Mundo - Cuiabá e Manaus são os pontos fracos
"O desafio que nos impõe é fazer essa rede (backbone com 25 mil km) dar
dinheiro. Monetizar o investimento. Essa equação é nossa e de todas as teles. No
nosso caso, vamos nos preparar para oferta de serviços", explicou Bonilha. Mas
toda essa parte de serviços ficará para 2014. Oferta de CDN - Content Delivery
Network - é um dos meios para ganhar dinheiro.
"Os provedores, por conta da Lei do SeAC(que permite que eles possam ofertar
vídeo e voz), querem mais rede. Queremos ser essa opção, mas precisamos investir
em equipamentos de cache. Já conversamos com fornecedores, mas precisamos antes
finalizar a rede para a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede", acrescenta o
presidente da Telebras.
Com relação à Copa do Mundo, a Telebras acredita que as cidades de Cuiabá e
Manaus - que não estão na rota do backbone da Telebras - são as mais
'complicadas' para atendimento das exigências da FIFA. Mas para isso, a empresa
negocia com as operadoras. "Vamos apostar no swap de fibra para capilarizar esas
áreas". O prazo que a Telebras trabalha é encerrar toda a parte de
infraestrutura de telecom até dezembro de 2013. "Vamos trabalhar duro para
chegar a meta. Na Copa das Confederações, o nosso teste, fomos aprovados pela
FIFA", destacou.
Bonilha foi bastante político ao comentar o corte de R$ 43 milhões determinado
pelo Congresso no Orçamento da Telebras - em função das manifestações populares
contra recursos destinados à Copa do Mundo. Segundo ele, o corte aconteceu no
orçamento do ministério das Comunicações, que saberá resolver a questão de
aportes na estatal. "O orçamento nos limita. O lançamento de cabos submarinos
para melhorar a conexão internacional e reduzir o custo da Internet depende de
recursos que ainda não estão liberados", completa o presidente da Telebras.