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Leia na Fonte: Hora do Povo
[09/05/13]
PNBL das teles só atinge 2 milhões de clientes
("Relatório executivo da Anatel")
Há mais de dois anos da assinatura do contrato entre as empresas de
telecomunicações e o Ministério das Comunicações para a oferta de planos de
banda larga de 1Mbps a preços populares, apenas pouco mais de 2 milhões de
clientes têm acesso ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). É o que acusa o
relatório executivo da Anatel de acompanhamento dos termos de compromisso,
divulgado em março deste ano.
O plano, que pretende oferecer internet a R$ 35 (ou R$ 29 nos Estados isentos de
ICMS), tem como meta atender 40 milhões de domicílios até 2014, conforme
alardeado pelo ministro Paulo Bernardo. No entanto, o número total de clientes é
de 2.027.419. Do total de 5.379 municípios acordados no programa, somente 2.850
já dispõe do serviço.
Chama atenção as empresas Sercomtel e CTBC terem apenas 3 e 17 clientes,
respectivamente. A Oi chegou a 1,1 milhão e a Telefônica a 917 mil.
Os números se explicam na quase inexistente publicidade na oferta do produto
pelas teles. Os termos do acordo não trazem exigências severas a respeito da sua
divulgação.
“Apenas quem já sabe sobre o plano consegue achar as ofertas nos sites, e ainda
assim sente dificuldades (...) É um jogo de esconde-esconde”, disse o advogado
do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Guilherme Varella.
As reclamações dos que fazem uso do plano também são recorrentes. Pesquisa
recente realizada pelo Idec aponta péssimas condições de acesso oferecidas pelo
pacote. Normalmente é imposta uma franquia de downloads pelas operadoras. No
caso das empresas Oi e CTBC, o usuário que ultrapassar o limite de 500Mb tem sua
velocidade reduzida até à 128Kbps (velocidade próxima ao acesso discado).
Outros problemas encontrados no pacote do PNBL é a venda casada com outros
serviços, taxas abusivas na instalação de modens e a obrigação de fidelização do
cliente.
“O mais escandaloso é permitir que as empresas condicionem a venda da banda
larga à venda de um serviço de telefonia fixa. Isso tem nome: venda casada,
expressamente proibida pelo Código de Defesa do Consumidor”, afirma Guilherme.
A primeira etapa do plano, apesar de ainda longe de ser concluída, já tem nova
versão. O ministro Paulo Bernardo estima que mais R$ 125 bilhões serão
investidos nos próximos dez anos para viabilizar o Programa Nacional de Banda
Larga 2.0.