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Fonte: Teletime
[03/09/13]
Governo deve acelerar lei de proteção de dados para reforçar marco legal da
Internet
Segundo apurou este noticiário, alguns ajustes de rota estão sendo feitos pelo
governo depois das novas informações sobre suspeitas de espionagem promovidas
pelo governo norte-americano nas comunicações brasileiras, sobretudo em relação
à vulnerabilidade dos serviços de Internet. Um dos aspectos é que o governo
pressionará para que o Marco Civil da Internet seja aprovado com garantias de
que a gestão da rede possa ser feita no Brasil, com a guarda local de dados das
aplicações e (esta é a grande novidade), concomitantemente com a legislação de
privacidade e política de proteção de dados pessoais, que deverá vir em um
projeto de lei paralelo. Até aqui, o governo pretendia que essa legislação de
proteção de dados pessoais, em elaboração pelo Ministério da Justiça, viesse
mais tarde, em um segundo momento.
Um aspecto que o governo quer garantir, por exemplo, é que as informações
coletadas por provedores de conteúdos para uma determinada aplicação não possam
ser utilizadas para outros fins sem autorização expressa do usuário. Isso inclui
outras aplicações oferecidas por um mesmo conglomerado econômico ou em acordos
entre empresas diferentes.
Sigilo das comunicações
Outro ponto ainda em estudo, sobre o qual ainda não há uma posição fechada, é
uma possível mudança na Lei 9.296/1996, que trata da quebra de sigilo de
comunicação previsto na Constituição. Hoje, a legislação está restrita às
hipóteses de quebra de comunicação telefônica e telemática por parte das
autoridades. A ideia é tornar as regras mais rigorosas para a quebra de sigilo
quando realizadas por provedores de serviço. Por exemplo, quebra de sigilo de
e-mail e outras ferramentas de comunicação pessoal, mesmo que o usuário tenha
consentido com os termos de uso de determinada aplicação. Trata-se de um
argumento que tem sido colocado pelas empresas de telecomunicações em
contraposição a provedores com o Google, por exemplo.
Rede do governo
Outro aspecto que começa a ser avaliado mais atentamente é efetivamente passar
as comunicações governamentais para uma infraestrutura controlada, no caso, a
rede da Telebras. Segundo apurou esse noticiário, a ideia é estudar a
viabilidade contratação da estatal por dispensa de licitação para formar a rede
de governo.
Samuel Possebon