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Fonte: Tele.Síntese
[15/01/14]
Presidente de empresa aberta está sempre no "fio da navalha", diz Caio Bonilha
- por Helton Posseti
O agora ex-presidente da Telebras, Caio Bonilha, detalhou nesta quarta, 15, as
razões que o levaram a deixar a companhia. Alegando motivos "pessoais e
profissionais", Bonilha preferiu não esperar o fim do mandato em abril para se
despedir da Telebras.
No campo das razões de ordem pessoal, o executivo diz que já estava cansativa a
rotina de passar a semana em Brasília, longe da família, que mora em Campinas.
"Trabalhei nos últimos 15 anos como consultor, que é uma vida diferente dessa
que eu tive aqui em Brasília. Em uma empresa com ação em bolsa, você está sempre
no fio da navalha", afirma ele.
Bonilha diz que a empresa encerrou um ciclo com a consolidação do backbone
nacional, que vai chegar a 25 mil km até o fim do ano. Também na sua gestão foi
dado início à construção do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação
Estratégica (SGDC) e o governo federal, através de um decreto, dirimiu todos os
questionamentos acerca da contratação da empresa por órgãos públicos sem
licitação. Além disso, a Telebras formalizou o acordo com a IslaLink para o
lançamento de um cabo submarino entre Brasil/Europa e com a Angola Cables para
conectar o País diretamente à África.
No campo da estrutura interna da empresa, Bonilha menciona a criação de um plano
de carreira para o servidor, a contratação de novos servidores a partir de
concurso público e a implantação do software de gestão empresarial SAP.
"Achei uma boa hora para fazer a transição. A Telebras está encerrando um ciclo
e iniciando outro. Todo esse projeto prossegue agora com uma empresa mais
consolidada", afirma ele.
Agora um dos grandes desafios da companhia é implantar a infraestrutura para
transmissão dos jogos da Copa para as redes de TV nas seis cidades-sede que não
fizeram parte da Copa das Confederações. "Já implantamos acredito que 75% das
obras da Copa; o grande aprendizado foi a Copa das Confederações", diz ele.
Como se sabe, a Telebras é o veículo do governo brasileiro para honrar um dos
compromissos assumidos junto à Fifa, neste caso o de prover a infraestrutura
necessária para a transmissão das imagens para as redes de TV. Bonilha diz que
esse contrato junto ao governo federal "é muito grande", embora não tenha os
valores ainda. Com o contrato para a Copa, a perspectiva da Telebras é de que
2014 possa ser o ano em que a empresa atingirá o equilíbrio operacional, ou
seja, terá despesa igual a receita.
Outra fonte de recursos que também deverá se tornar mais consistente é a
prestação de serviços ao governo. Segundo o presidente interino, Francisco
Ziober Filho, até o final do mês a Telebras, o Serpro e a DataPrevi concluem o
planejamento de como será o atendimento a esses órgãos. Ziober também menciona
que está prevista para o ano a abertura de mais sete escritórios regionais, que
têm o objetivo de aproximar a empresa dos provedores do Programa Nacional de
Banda Larga (PNBL), além de absorver os servidores aprovados no concurso do ano
passado.