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Leia na Fonte: Convergência Digital
[15/01/14]  Telebras ambiciona mais contratos e mais governo - por Luís Osvaldo Grossmann

Com a Copa do Mundo no Brasil, em cinco meses, a prioridade do novo presidente da Telebras não poderia mesmo ser outra que não o evento que começa em 12 de junho. Mas o analista de sistemas Francisco Ziober Filho acredita que a estatal concluiu a fase de estruturação e verá crescer os contratos, tanto com o governo como no mundo privado.

“Começamos a virar a página. Estamos dando o passo seguinte que é buscar mais negócios. Um fato muito relevante foi a procura da última Futurecom, muito mais forte, inclusive com empresas de telecom vendo na empresa uma parceira. Então, esperamos assinar mais contratos e consolidar o que foi iniciado”, afirmou nesta quarta-feira, 15/1, em sua primeira entrevista como presidente.

Mas se, como diz Ziober, “a própria Copa está gerando novas oportunidades de negócio”, parece evidente que há razoável expectativa em aprofundar a relação dentro do governo. O campo, apesar de previsto na origem da reestruturação da estatal, só foi clareado depois das denúncias de espionagem americana sobre o resto do mundo.

“Temos a parte de governo que devemos ampliar o portfolio. Não temos ainda prazo, porque temos trabalho de infraestrutura, revisão do planejamento contemplando essa perspectiva, para a qual não tínhamos uma regulamentação clara”, lembra o novo presidente. Em essência, o Decreto 7175, que instituiu o Plano Nacional de Banda Larga, já previa que a Telebras atenderia as redes de governo.

Mas a administração Dilma Rousseff se mostrou menos interessada em mexer nos contratos, até que Edward Snowden contasse ao planeta que mesmo o e-mail da mandatária brasileira foi violado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA. Tanto que no dia 05 de novembro, editou o o Decreto 8135/13, que prevê o atendimento das comunicações de governo por redes estatais e, especialmente, dispensando de licitação a contratação desse serviço.

A Telebras promete ampliar a capilaridade das redes metropolitanas, notadamente em capitais ou cidades onde haja órgãos federais. A estatal espera assumir papel predominante nesse serviço. “Na questão de rede, o foco será a Telebras, mas temos negociações com Serpro e Dataprev, que podem envolver até migrações de backbone e que esperamos concluir até o fim do mês”, diz.

Mas ainda que haja “foco em atender o governo”, os negócios privados estão na conta do equilíbrio financeiro da Telebras. “A meta é chegar ao equilíbrio operacional este ano. Estamos negociando com Ministério das Comunicações o contrato de atendimento da Copa, que é um contrato bastante grande. Mas até em função da Copa das Confederações estamos sendo procurados por várias empresas para prestar serviços”, revela Ziober.

Daí o destaque dado à implantação de escritórios regionais da Telebras – ainda em 2014 em Belém-PA, Fortaleza-CE, Salvador-BA, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Porto Alegre-RS e em Brasília-DF, para negócios locais. “Haverá algum deslocamento da equipe mais experiente, mas em geral serão os novos concursados. Serão principalmente escritórios comerciais para estarmos mais perto dos clientes.”

O ‘equilíbrio operacional’ é a expectativa da estatal de fechar no azul em 2014, mas sem repetir as aplicações em fundos de investimento que, em 2012, deram à empresa o primeiro lucro desde a reativação – feito que, segundo os executivos da empresa, não foi repetido no ano passado.