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Leia na Fonte: Sinstal
[16/01/14]
Telebras alia-se a grupo espanhol para instalar cabo submarino
Valor Econômico - 16/01/2014
A Telebras anunciou, ontem, o plano para formar uma joint venture com a
espanhola IslaLink Submarine Cables para instalar o cabo submarino que vai ligar
o Brasil à Europa, ao custo de US$ 185 milhões. Um pré-acordo foi aprovado nesta
semana pelo conselho de administração da estatal. Falta, agora, a definição dos
fundos de investimentos que vão compor a parte brasileira no negócio e que
ficarão com uma fatia de 20%. A Telebras assumirá participação de 35% e o grupo
espanhol, os demais 45%.
O novo presidente da Telebras, Francisco Ziober Filho, informou que o cabo de
comunicação começará a ser construído no segundo semestre. A assinatura do
acordo será feita ainda na primeira metade do ano. A expectativa é que
infraestrutura entre em funcionamento no prazo de 18 meses após o início de sua
construção.
Segundo a Telebras, já existente uma conexão via cabo submarino com a Europa,
destinada ao uso praticamente exclusivo da comunicação de voz. Essa rede foi
construído por uma associação de várias empresas, entre elas a Embratel.
A Telebras já teve como prioridade a construção de rede de comunicação de dados
de alta capacidade com os Estados Unidos, para reduzir os custos de links
internacionais. Com as denúncias da espionagem pela agência de segurança
americana, em 2013, a companhia deixou o plano de lado, seguindo a determinação
do governo de buscar um canal de comunicação direta com a Europa, sem depender
de rotas pelos EUA.
Caio Bonilha, que antecedeu Ziober Filho na direção da Telebras, participou da
entrevista e disse que para cada comunicação feita diretamente com a Europa,
outras 600 passam primeiro pelos Estados Unidos. "Este projeto tomou um caráter
estratégico a partir da necessidade de maior segurança de rede", afirmou
Bonilha.
Ziober Filho prevê alcançar o equilíbrio de contas da companhia neste ano. Ele
disse que esse equilíbrio não será obtido apenas com o lucro financeiro
decorrente das aplicações, mas do lucro operacional a partir da remuneração
prevista em contratos comerciais firmados na oferta de serviços de rede.
Bonilha ressaltou que as contas de 2014 serão impactadas, especialmente, pelos
contratos com a Fifa relacionados à rede de transmissão de imagens para a Copa
do Mundo no Brasil. "Teremos um valor muito grande. Isso muda a perspectiva de
relação entre despesa e receita", disse, sem relevar os valores.
Ziober disse que um dos principais focos de atuação da Telebras sob sua gestão
será atender às demandas do governo por serviços de rede. Essa foi outra tarefa
assumida pela companhia a partir das ações do governo para responder à
espionagem internacional.
Sob essa estratégia, a Telebras partirá para investimentos em redes
metropolitanas. A empresa passou os primeiros anos, após a sua reativação,
concentrando seus esforços na implementação de redes regionais de alta
capacidade (backbone). "Até agora, não tínhamos avançado muito no atendimento à
demanda do governo, porque faltava a edição dos regulamentos que saíram apenas
no ano passado", disse Ziober, ao comentar a dificuldade de assinar acordos
comerciais com órgãos e empresas públicas federais.