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Fonte: Terra Tecnologia
[21/01/14]
Internet pode ficar mais barata no Brasil com novo cabo submarino
Expectativa é que os custos de transmissão de dados caiam até 15%. Além das
vantagens econômicas, cabo deve proporcionar mais seguranças para usuários da
rede e uma conexão mais rápida
A construção do novo cabo submarino de fibra óptica que vai ligar o Brasil à
Europa deve começar a partir de julho. A expectativa é que em 2016 ele já esteja
em plena atividade. O projeto, estimado em US$ 185 milhões (cerca de R$ 430
milhões) dará ao Brasil uma alternativa de transmissão de dados via internet.
A Telebrás estima que o novo cabo deva gerar uma economia em torno de 15% em
relação aos custos atuais – e parte disso poderia ser repassada ao consumidor.
As tubulações sairão de Fortaleza, chegarão a Portugal e deverão acelerar o
fluxo de informações entre o Brasil e o continente europeu.
"Esse novo cabo submarino possibilita a conexão direta com o continente europeu,
diminuindo a latência, ou seja, o tempo de resposta das transmissões. Espera-se
que com isso haja uma diminuição do custo", conta à DW Brasil o coordenador do
projeto de cabos submarinos da Telebras, Ronald Valladão.
Atualmente, qualquer comunicação digital precisar passar pelos Estados Unidos.
Ou seja, quando um usuário da rede na América do Sul digita um endereço de um
site hospedado em um servidor na Europa ou Ásia, essa informação segue primeiro
para os EUA, de onde é enviada para o destino. Assim, é necessário pagar duas
vezes para que esses dados sejam transmitidos.
Cerca de 80% do tráfego de dados sul-americanos ocorrem dessa forma. O Brasil
possui apenas uma ligação direta entre América do Sul e Europa, o cabo Atlantis
II. Porém, além de ser antigo e possuir uma capacidade limitada, ele é usado
quase que exclusivamente para a telefonia. Além do Atlantis II, o país possui
outros quatro cabos submarinos, todos ligando o Brasil aos Estados Unidos.
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Espionagem
A medida, anunciada na última semana, faz parte do projeto do governo federal
para expandir a infraestrutura de banda larga no país, descentralizando assim
esse processo que atualmente tem como base os Estados Unidos. As denúncias do
esquema de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana não
teriam sido decisivas para o anúncio da construção do novo cabo submarino.
"A motivação para o lançamento do cabo é econômica, um ganho adicional é a
questão da segurança, mas ele seria lançado independentemente dessas revelações
com relação à NSA", afirma Valladão. Segundo o coordenador do projeto, a
implementação dessa nova ligação aumentará a segurança de transmissões, pois
elas estarão livres da ação direta da agência americana.
Além de proporcionar mais segurança e melhor qualidade de serviço, o projeto de
infraestrutura pode diminuir as tarifas de internet. "Para o consumidor, a
tendência é que caia o preço, com maior qualidade e também maiores taxas de
transmissão. Com esse cabo está se criando a facilidade de ter vários links de
banda larga e de ela ser compartilhada por vários", opina Mario Dantas,
professor do departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC).
Infraestrutura
O cabo será construído e operado por uma empresa privada brasileira, a chamada
JVCo (Joint-Venture Company), que ainda está sendo formada. A Telebras possuirá
35%, a espanhola IslaLink Submarine Cables ficará com 45%, e outro sócio
brasileiro, provavelmente um fundo de investimentos, terá os 20% restantes.
Além desse projeto, o Brasil tem outros planos na expansão dessa infraestrutura,
que prevê a criação de um chamado anel óptico sul-americano. Ele deverá ligar os
12 países do continente por cabos de fibra óptica, além de conectá-los à África
e à Europa. Ao todo, cerca de 10 mil quilômetros de cabos de fibra óptica devem
ser construídos.