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Leia na Fonte: Teletime
[24/01/14]
Provedores comercializarão banda larga via satélite da Telebras - por Helton
Posseti
Para estimular a indústria nacional de equipamentos para satélites, a Telebras
pensou em um modelo de negócio para comercializar a capacidade do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) que seja capaz de dar volume a
esses equipamentos.
Em vez de a Telebras entregar o link de satélite para o provedor, que depois
distribuiria o sinal por rede própria para os seus clientes finais, o modelo
será diferente. O cliente final do provedor é que receberá a antena e receptor
de banda Ka, mas o provedor terá plena capacidade para gerenciar a banda que ele
tenha contratado da Telebras.
"O sistema de gerência que a gente está desenvolvendo para o satélite permite
que seja criada uma operação virtual. Ou seja, em vez de levar um link para o
provedor e ele distribuir como ele faz hoje, ele pode atender direto os usuários
dele com as VSATs. E aquela banda que ele necessita, ele gerencia. O sistema de
gerência permite esse seccionamento", explica o gerente do projeto Satélite da
Telebras, Sebastião do Nascimento Neto.
Segundo ele, o objetivo é que os equipamentos tenham uma escala tal que desperte
o interesse da indústria nacional em desenvolvê-los. Além disso, a Telebras já
deu entrada do projeto no Regime Especial de Tributação da Banda Larga (REPNBL)
para que os gateways e terminais sejam adquiridos com isenção de impostos.
O SGDC terá um total de cinco gateways nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro,
Campo Grande, Florianópolis e Salvador. Os gateways são equipamentos que estão
conectados ao backbone da Telebras e recebem o sinal do satélite. "Cinco
gateways é um número otimizado. Tivemos também propostas de sete a nove
gateways", afirma o executivo.
Sebastião Neto acaba de voltar da reunião de "kick off" do projeto com a Alenia
Space na França. Segundo ele, como não há muitos satélites operando em banda Ka
no mundo, e portanto poucos projetos como referência, o desenvolvimento é sempre
mais trabalhoso. Além disso, desde a criação das especificações até o momento já
se passaram quatro anos, período em que a demanda estimada pela Telebras mudou.
Por isso, o trabalho inicial será acertar junto com o fabricante um
"remanejamento de massa" para adequar a cobertura à demanda atual.
"A gente está trabalhando nessa otimização. Esse é um processo que deve demorar
uns oito meses até que a fabricação dos elementos que dependem dessa definição
seja concluída. Isso não quer dizer que o satélite está parado", explica
Sebastião Neto. O satélite terá cobertura sobre o Brasil inteiro, sendo que a
capacidade de cada spot beam depende da demanda esperada para aquela região.
Também será coberto todo o mar territorial brasileiro e o Pré-Sal.
Apesar de o momento atual ser de ajustes em relação à especificação, a
expectativa do executivo é que se os trabalhos se mantiverem nesse ritmo o
satélite pode ser entregue com um ou dois meses de antecedência, em relação aos
30 meses previstos.
Transferência de tecnologia
Está previsto para abril o início da execução do plano de absorção e
transferência de tecnologia que deve envolver cerca de 30 engenheiros
brasileiros. A primeira fase são cursos com o objetivo de nivelar o conhecimento
dos engenheiros, período que deve durar cerca de um mês. "Daí para frente
começam os on the job trainnee. Significa que o cara não vai ficar mais em sala
de aula. Vai para as bancadas, aprender como que a coisa é feita, como se faz as
partes do satélite, trabalhar junto com o pessoal de lá", diz Neto.