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Leia na Fonte: Convergência Digital
[02/12/15]
DEST também propõe nova empresa de TI/Telecom, com a liquidação de outras
estatais - por Luiz Queiroz
Além de sugerir a Telebras como cabeça de uma estatal a ser criada com a
incorporação do Serpro e da Dataprev, ou a criação de uma holding que se
encarregaria de gerir as demais, o Departamento de Coordenação e Governança das
Empresas Estatais (DEST) também avaliou a hipótese do governo liquidar as três
empresas e partir para a criação de uma nova, com o capital aberto na Bovespa.
A alternativa de criação de nova empresa e liquidação das demais é mais
complexa, porém é potencialmente mais efetiva", defendem os técnicos do DEST.
Segundo eles, a nova empresa herdaria os principais ativos que o Serpro, a
Dataprev e a Telebras teria a oferecer, com a possilidade de realizar oferta
secundária de ações, minimizando a necessidade de aportes da União. Vantagem
apontada também para o caso do cenário da Telebras acabar virando essa nova
empresa, a partir da incorporação das demais.
Outra vantagem apontada pelo DEST nesta hipótese de criação de uma nova empresa
de TI/telecom, a partir da liquidação das demais, é que o passivo destas
empresas não seria herdado. Ou seja os "pepinos", dívidas com credores, seriam
empurrados para debaixo do tapete. Um dos casos mais notórios é o da própria
Telebras, que desde a privatização, nos anos 80, arrasta dívidas trabalhistas e
administrativas em disputas judiciais, que levaram a empresa a conviver um longo
processo de extinção, até que o Governo Lula decidiu reativá-la.
Para se ter uma ideia do que isso significaria, somente a Telebras, por exemplo,
teria um passivo de R$ 450 milhões a ser empurrado para debaixo desse tapete.
Serpro e Dataprev juntas fazem provisões para pagamentos de dívidas que
totalizam R$ 153 milhões, segundo o documento elaborado pelo DEST.
Também como vantagem, os técnicos apontam que a nova empresa poderia ter seu
capital aberto na Bovespa e seguiria um dos padrões de governança determinados
pela instituição.
Desvantagens
Entretanto, um dos principais problemas com a liquidação da Telebras - que
ganharia o nada edificante título de estatal que foi "extinta" duas vezes pelo
mesmo controlador - é que fechar o capital da empresa na Bovespa implicará
automaticamente que o governo, como controlador da companhia, tenha de ressarcir
os pequenos acionistas privados. Isso singificaria a preços estimados pelo DEST
um pagamento de R$ 272 milhões em ressarcimentos. E não tem como ser empurrado
para debaixo do tapete.
Outro problema a ser enfrentado neste cenário: a necessidade de elaborar novo
plano de cargos e salários. "Cuja adesão será aberta aos empregados (neste caso,
a sucessão trabalhista deverá estar prevista na lei de criação", destacam os
técnicos do DEST. Tal processo foi usado no extinto Geipot e até hoje o governo
se vê às voltas com processos trabalhistas na Justiça do Trabalho.
"Liquidação das empresas é processo moroso e dispendioso", reconhecem os
técnicos do DEST, que lembram ainda a necessidade de aprovação da nova empresa
pelo Congresso Nacional. Ainda mais num cenário nada favorável para um governo,
que deverá enfrentar uma dura batalha no Legislativo, contra o processo de
impeachment da presidenta Dilma.
Convergência Digital disponibiliza o documento do DEST, que traça cenários para
uma mega reforma administrativa nas áreas de TI e Telecom.
Clique aqui para ver a íntegra do estudo "Estatais Federais: Alternativas de
reestruturação societária - Estudo Preliminar - DATAPREV - SERPRO - TELEBRAS""
(Arquivo PDF - 1,15 MB)