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Leia na Fonte: Telesíntese
[23/06/15]
Cabo submarino: Fazenda autoriza Telebras a criar joint venture - por Lia
Ribeiro Dias
O contrato de criação da empresa com a IslaLink, que terá 45% de participação,
deve ser assinado ainda esta semana. O novo cabo submarino vai desafogar a
comunicação do Brasil com a Europa, que hoje passa pelos Estados Unidos, e será
usado também pela Comunidade Europeia, principalmente pela sua rede acadêmica.
Quando entrar em operação, em 18 a 20 meses, vai reduzir os custos de conexão,
com mais qualidade. O investimento total na construção do cabo está estimado em
R$ 185 milhões.
O cabo submarino a ser construído entre o Brasil e a Europa por uma joint
venture entre Telebrás (35%), IslaLink (45%) e fundos nacionais (20%) finalmente
desencalhou. Na sexta-feira passada (19), o presidente da Telebras, Jorge Bittar,
recebeu a informação de que o projeto estava aprovado pelo Ministério da
Fazenda. “Vamos assinar o contrato de constituição da empresa o mais rápido
possível, nesta semana”, comemorou Bittar que, embora apenas há dois meses à
frente da estatal, envolveu-se nas negociações com a Fazenda para liberar o
projeto. A IslaLink, antes espanhola, hoje é controlada por fundos de
investimentos suecos.
O atraso no projeto, anunciado no final de 2013, motivou a visita, em março
deste ano, de representantes da Comissão Europeia a Brasília, quando mantiveram
reuniões com a Casa Civil, o Ministério das Comunicações e a Telebras. Queriam
saber quando o cabo submarino ia sair do papel.
A Europa tem pressa e precisa deste cabo. Principalmente para o projeto do
observatório astronômico que está sendo construído no Chile. Os Estados Unidos
também têm uma base astronômica no Chile e construíram uma ultra rápida rede de
banda larga para receber as informações do espaço sideral direto em seus
computadores norte-americanos.
A Europa, por sua vez, sabe que, para receber as informações dos fenômenos
astronômicos que serão coletados por este mega aparelhos e dar as respostas no
momento certo, não pode esperar que as comunicações feitas com a América Latina
tenham que passar pelos Estados Unidos, como ocorre até hoje. É preciso uma
ligação direta, e por isto este cabo submarino. Projeto importante também para o
Brasil, que pode diminuir seus custos de comunicação, além de também melhorar a
qualidade dos sinais com o velho continente.
Para os europeus, contudo, não há como entender porque até hoje o consórcio
entre as duas empresas – privadas – não foi fechado. E admitem algumas fontes,
não é só o lado brasileiro o responsável pela letargia do projeto. A IslaLink,
empresa escolhida para fazer a parceria com a Telebras também tem lá os seus
problemas. Esta empresa, que era espanhola, já mudou de dono pelo menos três
vezes, e hoje é controlada por fundos de investimentos suecos.
Sem o contrato, nem a Comunidade Europeia, nem o governo brasileiro podiam dar
garantia de uso da capacidade. Para agravar, a Comissão Europeia, que usa
recursos de fundos governamentais, já tinha reservado uma verba para a licitação
pública que seria realizada para a empresa que iria contratar a capacidade desse
cabo. Este dinheiro só estaria disponível até este mês de junho, informam
fontes. Ou seja, o nó foi desatado quase no dia D.