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Leia na Fonte: Baguete
[14/01/16]
Telefônica sai da Campus Party ( entra Telebras) - por Maurício
A Campus Party Brasil, evento que acontece entre 26 e 31 de janeiro no Pavilhão
de Exposições do Anhembi, em São Paulo, trocou o seu fornecedor de banda larga
da Telefônica pela Telebras.
Não se trata de uma substituição trivial. Conexão de altíssima velocidade é uma
das atrações da Campus Party. A banda no ano passado era de 40 GB. O evento
recebe em média 8 mil participantes acampados e mais centenas de milhares de
visitantes, a maior parte deles heavy users de conectividade.
“Sabemos que um dos principais atrativos da Campus Party Brasil é a velocidade e
qualidade da internet e por isso procuramos a cada evento parceiros que possam
nos ajudar a proporcionar a melhor experiência possível para os campuseiros”,
explica Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party Brasil.
O que não foi explicado na nota da Campus Party é o motivo pelo qual a parceria
com a Telefônica acabou. Em janeiro de 2013, a Exame chegou a cravar que a
Telefônica tinha comprado a Futura Networks, empresa espanhola dona da marca
Campus Party.
As duas empresas não comentaram o fato, mas o negócio parecia fazer todo
sentido. Ambas companhias são sediadas na Espanha (as primeiras Campus Party
foram em Valência) e o evento é basicamente um showroom para conectividade,
destinado a um público jovem que as marcas buscam cortejar.
No começo do ano passado, a Futura Networks anunciou a contratação da MCI
Brasil, subsidiária brasileira da multinacional de eventos MCI, para ser a
organizadora do evento a partir da próxima edição no país.
O acordo foi um desdobramento da parceria já existente entre as empresas em
outros países como a Espanha. A MCI é uma gigante no mercado de comunicação e
eventos corporativos, com um faturamento de 339 milhões de euros em 2013, uma
alta de 21% frente ao ano anterior.
A operação brasileira, no entanto, não é tão grande. A MCI faturou R$ 80 milhões
em 2014, cifra que projeta aumentar 50% para R$ 120 milhões.
Talvez os novos gerentes da feira tenham tentado aumentar as cotas de patrocínio
da Telefônica, que pode ter optado por se retirar ou a parceria tenha sucumbido
algum outro problema.
Procurada, a Telebras disse por meio da sua assessoria de imprensa que não terá
"dispêndio monetário" com o patrocínio e que já conta com estrutura de fibra
óptica no local, o que diminui os custos do fornecimento.
Parece ser que a Telebras achou uma oportunidade de marketing barata (seu único
custo será o dos funcionários de suporte no local) ainda que tenha um pouco ou
nenhum retorno em investimento quantificável.
"A motivação é estar presente nos principais eventos de telecom e inovação do
País. Queremos mostrar a força e os bons serviços prestados pela empresa",
afirma a companhia em nota.
O público da Campus Party, no entanto, não é bem o alvo da empresa. cujos
clientes são órgãos e empresas públicas, além de municípios pobres com pouca
oferta de Internet comercial, atendidos dentro do Plano Nacional de Banda Larga.
Se mudar nos próximos tempos, essa atuação pode ser reduzida. O governo federal
já fez estudos para promover a fusão da Telebras com o Serpro e a Dataprev,
buscando cortar custos.
A estatal brasileira de telecomunicações fechou 2014 com um prejuízo de R$ 117,3
milhões e queda de receita de 25% para R$ 31 milhões.