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Convergência Digital
[09/05/16]
Telebras assume Banda Larga nas Escolas - por Luís Osvaldo Grossmann
Como já vinha sinalizando, a Telebras vai assumir a tarefa de levar conexões a
internet às escolas públicas do país. Na prática, fica com a tarefa que até aqui
era das grandes operadoras privadas, mas que na grande maioria das instituições
não entregaram conexões com mais de 1 Mbps ou 2 Mbps.
Em recursos, é de longe a principal missão do novo plano nacional de banda
larga, ou Brasil Inteligente, como foi batizado. O orçamento inicial, já para
2016, é de R$ 350 milhões. Mas a costura no governo promete mais R$ 1,5 bilhão
em recursos do Ministério da Educação – em parcelas de R$ 400 milhões, R$ 500
milhões e R$ 600 milhões ao longo dos três próximos anos.
O valor total, no entanto, pode ficar maior. Paralelamente há o objetivo de que
o Tesouro Nacional faça aportes do mesmo tamanho do MEC, o que injetaria outro
bilhão e meio na Telebras. Mas essa parte da conta ficou fora do anúncio do novo
programa, nesta segunda, 9/5. E no fundo há dúvidas de que isso sobreviva caso
confirme-se o afastamento da presidenta Dilma Rousseff.
“Vamos substituir as redes ADLS que hoje atendem as escolas por fibras ópticas.
A ideia é criar uma grande plataforma nacional de alta velocidade, com pelo
menos a media de 78 Mbps. Hoje, 90% das escolas são conectadas a 1 ou 2 Mbps, o
que é nada para uma escola com milhares de alunos. E mais do que isso, vamos
avançar nos conteúdos digitais”, diz o presidente da Telebras, Jorge Bittar.
Além das fibras chegando às escolas e dos acessos WiFi, o projeto prevê a
implantação de redes de distribuição de conteúdos (CDNs, na sigla em inglês)
para que as escolas acessem a material pedagógico digital. A primeira etapa do
projeto prevê o atendimento a 30 mil escolas, com 20 milhões de alunos, até
2019. Se efetivamente houver o aporte suplementar pelo Tesouro, esse número
aumento.
O secretário executivo do MEC, Luiz Claudio Costa, explica que já foram
identificadas 26 mil escolas mais necessitadas. “Elas representam 70% da nossa
grande deficiência de alfabetização nos anos iniciais, por isso essas escolas
foram priorizadas”, explicou. Paralelamente, a internet de alta velocidade pode
endereçar outra dificuldade, que é a formação dos professores.
“Temos 2 milhões de professores e um grande percentual não é formado. Por
exemplo, 75% dos professores de Física não são formados em Física. Nisso entra a
Universidade Aberta, porque esses professores não vão fazer cursos presenciais,
mas à distancia. Então poderão fazer isso em suas escolas, em suas cidades”,
disse Costa.