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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[30/01/17]
Norte espera pelo satélite da Telebras - por Lia Ribeiro Dias
A principal pergunta dos provedores regionais do Amazonas em relação ao satélite
geoestacionário brasileiro (SGDC), cujo lançamento está marcado para o dia 21 de
março, na base de Kouru, na Guiana, ficou sem resposta. Todos queriam saber qual
será o modelo de negócios para os provedores. Ou seja, que serviços serão
comercializados e qual será o custo do Mbps.
Segundo Daniel Pires de Freitas Neto, gestor de produtos da Telebras, já está
definido que para os clientes de governo serão os mesmos produtos do portfólio
atual: transporte ponto a ponto e MPLS. Mas para os clientes privados, o modelo
de negócios ainda depende de aprovação da diretoria da empresa e a expectativa é
que essa definição saia até meados de fevereiro, no mais tardar.
Para os provedores que atuam em cidades e regiões do interior mais distantes de
Manaus, e que hoje já usam a comunicação via satélite para oferecer banda larga,
o SGDC, que será operado pela Telebras, pode ser uma boa opção. Por estar a 30
mil km de altura em órbita geoestacionária e operar em banda Ka, tem latência
menor e melhor qualidade do sinal. “A latência é de 600 milissegundos e só se
percebe em aplicações como videoconferência e jogos”, explicou Freitas. E custa
menos. Entre outros motivos, “a taxa por Megabit é mais alta”, acrescentou ele.
Com duas gateways já instaladas em Brasília e no Rio de Janeiro, Freitas disse
que tão logo o satélite tenha a sua posição ajustada, depois de ser lançado em
órbita, ele poderá começar a operar imediatamente, o que deve acontecer em
julho, se tudo sair dentro do previsto. “Essas duas gateways têm condições de
atender à demanda inicial”. Ao total serão sete gateways. As outras cinco estão
em processo final de licitação. A licitação anterior foi cancelada pelo TCU, por
entender que o número de estações VSAT a serem compradas para atender ao
governo, de 60 mil, não tinha demanda definida. Mas só os pontos do programa
Gesac, do MCTIC, e os da Caixa Econômica Federal, somam perto de 30 mil.
Saturação
Mas os provedores que operam em Manaus e cidades mais próximas – o próximo, para
a região amazônica, pode chegar a 300 km – o problema maior é a falta de
capacidade de oferta de links terrestres tanto da Telebras, como da Eletronorte.
Entre as operadoras privadas, só a Embratel tem disponibilidade para pronta
entrega, de acordo com as empresas, mas seus preços são mais altos.
Como a prioridade da Telebras para este ano é o satélite, de propriedade da
Viziona, uma joint venture entre Telebras e Embraer, Freitas explicou que não
está no planejamento a expansão da oferta em Manaus. Já a Eletronorte, segundo
Flavio Roberto Antônio, superintendente de Telecomunicações da Eletrobras
Eletronorte, já está em negociações para dobrar a capacidade de 10 Gbps para 20
Gbps do link que chega em Manaus em duas substações da empresa de energia, o que
deve acontecer até julho. Hoje, a capacidade da Eletronorte está totalmente
esgotada na cidade.
Freitas Neto, da Telebras, e Flavio Antônio, da Eletronorte, participaram do
Encontro Provedores Regionais Manaus, da Bit Social, realizado naquela cidade em
26 de janeiro.