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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[14/07/17]
Edital publicado: Telebras desiste de vender todo o SGDC e vai leiloar só dois
lotes - por Rafael Bucco
Estatal publicou hoje, 14, chamamento para a concorrência do satélite
brasileiro. Interessados poderão dar lance sobre dois lotes, um de 21 Gbps de
capacidade, outro de 12 Gbps. E terão de ocupar 25% da capacidade de cada feixe,
ou serão obrigados a devolvê-los para uso da Telebras. O leilão está marcado
para o dia 28 de agosto.
Telebras publicou hoje, 14, o edital do leilão de capacidade do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC). E mudou o teor. A começar pelos
lotes disponíveis. A estatal resolveu ceder à iniciativa privada 57% da
capacidade civil total disponível do satélite brasileiro. Com isso, vai vender
dois lotes, um com 35% da capacidade, outro com 22%, São 21 Gbps e 12 Gbps,
respectivamente.
A proposta inicial, apresentada em fevereiro, previa leiloar 79% da capacidade
total. Foi retirado do certame o lote 3, que passou a ser considerado reservado.
A estatal deixará esta capacidade ociosa para atender futuras demandas da
própria Telebras. Ou poderá realizar novo leilão no futuro.
Essa mudança de posição foi motivada, entre outros, pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), que analisou a proposta anterior e vários de seus técnicos teciam
críticas ao desvirtuamento do uso civil do satélite, que havia sido criado para
atender à política pública de ampliar a banda larga para provedores regionais e
áreas de pouca infraestrutura.
Como proposto desde o início, a estatal continuará a ter direito a um lote
próprio. O lote da Telebras vai atender órgãos da administração pública e
equivale a 21% da capacidade total, ou 11 Gbps.
O edital prevê flexibilidade de uso dos feixes pelos compradores. Eles poderão
trocar as bandas utilizadas, conforme a necessidade, mediante autorização da
Telebras e em comum acordo. O satélite tem 56 Gbps de capacidade civil total, em
banda Ka. Ocupa a posição 75ºW. Entre construção, lançamento, e implantação de
infraestrutura terrestre, custou R$ 2,7 bilhões.
Regras
Pelas regras, os compradores deverão atender a objetivos do Programa Nacional de
Banda Larga (PNBL). Conforme adiantado pelo Tele.Síntese, as empresas terão um
prazo para ocupar o feixes que compõem o lote comprado. O contrato determina que
a concessionária ocupe 25% de cada feixe do lote em três anos. Se não conseguir,
a Telebras passa a ter o direito de ocupar o feixe subutilizado.
Ao contrário do que defendeu o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações Gilberto Kassab, não há qualquer menção à cobertura de escolas ou
hospitais. Nem o chamamento nem o contrato da cessão traz exigência de
atendimento a tais serviços públicos.
A referência à cota social se restringe à destinação de ao menos 25% dos feixes
ao PNBL. O PNBL prevê que as concessionárias ofertem serviços de
telecomunicações, a preço baixo, no varejo e no atacado, em cidades brasileiras.
Os compradores deverão pagar 15% à vista do valor do lance dado no leilão. O
restante poderá ser parcelado ao longo dos cinco anos da concessão. O prazo de
concessão dos lotes será de cinco anos, podendo ser prorrogado por igual
período. O preço de prorrogação será, no mínimo, 75% do valor pago no leilão.
A entrega dos envelopes pelas empresas que vão concorrer no leilão acontece em
28 de agosto, às 10h, na sede da Telebras, em Brasília. Somente empresas que já
operem ao menos 5 mil acessos satelitais podem participar, inclusive
estrangeiras.