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Leia na Fonte: Correio Braziliense - Blog
do Vicente Nunes
[23/06/17]
Sem dinheiro, governo não poderá usar satélite da Telebras
Há pouco mais de um mês, o governo fez um grande alarde com o lançamento do
primeiros satélite 100% brasileiro pela Telebras. No dia do lançamento, 4 de
maio, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, disse que já havia recebido
autorização para construir o segundo satélite, que daria total autonomia ao país
na transmissão de dados. O satélite lançado custou R$ 2,8 bilhões, quase o
triplo do R$ 1,1 bilhão inicialmente projetado.
Pois bem: depois de todo o esforço feito pela Telebras, o governo corre o risco
de ficar sem acesso as dados do satélite porque não tem dinheiro para contratar
os serviços da estatal. A previsão inicial era interligar, por meio de banda
larga, mais de 7 mil escolas do país, todo o Sistema Único de Saúde (SUS), áreas
remotas e, sobretudo, oferecer um ambiente seguro e restrito para a comunicação
das Forças Armadas.
Como está com o caixa vazio, o Ministério do Planejamento não só suspendeu a
contratação dos serviços da Telebras, como informou não ter dinheiro para bancar
a continuidade das obras de infraestrutura para receber os sinais do satélite.
Somente neste ano, teria que desembolsar mais de R$ 250 milhões para a
construção de pelo menos 1 mil pontos de transmissão.
Negociações
Diretor técnico-operacional da Telebras, Jarbas Valente ressalta que as
negociações para a liberação dos recursos pelo Planejamento continuam. Mas o
problema não se restringe a 2017. Será preciso garantir orçamento para os
próximos anos, de forma que todos os objetivos traçados para o lançamento do
satélite sejam alcançados.
O Planejamento informa que um dos caminhos para atender os pleitos da Telebras e
permitir a contratação dos serviços do satélite é a aprovação, pelo Congresso,
do uso de R$ 8,6 bilhões em precatórios. Esse dinheiro está parado em uma
conta-corrente há mais de dois anos. São indenizações pagas pela União, mas que
não foram sacados pelos beneficiários.
A Telebras espera que todo o esforço feito até aqui não seja desperdiçado. A
empresa garante que, já no ano que vem, começará a rentabilizar o projeto. Mas é
preciso que o governo continue fazendo a sua parte.