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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[21/11/17]
Planejamento terá que se manifestar sobre papel da Telebras no Plano de
Conectividade - por Miriam Aquino
O Ministério do Planejamento terá que se manifestar se a Telebras deve continuar
a ser a única empresa escolhida para operar a rede privativa do governo, afirmou
André Borges
O secretário de Telecomunicações do MCTIC, André Borges, disse hoje, 21, durante
o Encontro Tele.Síntese, que o Plano de Conectividade só será transformado em
política pública, mediante decreto presidencial, depois que o Ministério do
Planejamento se manifestar sobre dois pontos que estão contidos na proposta
lançada à consulta pública, cujo prazo para as contribuições se encerrou na
semana passada. Os pontos que merecem opinião da área econômica são dois,
explicou: o papel da Telebras como fornecedor da rede privativa do Governo
Federal e o valor das instalações públicas.
Na proposta de plano, a Telebras continua a ser enquadrada como a empresa que
irá fornecer a infraestrutura e os serviços para a rede privativa do governo.
Segundo Borges, esse papel, que é criticado pelas empresas privadas, foi
definido pelo Poder Executivo, e por isso o MCTIC entende que cabe ao
Planejamento referendá-lo ou então explicitar melhor quais seriam as funções
estratégicas dessa rede que deveria ser atendida, com exclusividade e sem
licitação, pela estatal.
Outra proposta contida no plano que deverá ter o respaldo da área econômica,
enfatizou o secretário, é em relação ao uso, a preço de custo, das estruturas de
governo (como terrenos e prédios) para a instalação da infraestrutura de banda
larga. “Na proposta de plano que lançamos afirmamos que as estruturas do governo
ficarão disponíveis a preço de custo para as operadoras de telecomunicações
instalarem banda larga, mas essa proposta precisa da manifestação prévia do
governo”, assinalou Borges.
Somente depois da análise e posicionamento do Ministério do Planejamento é que o
MCTIC irá enviar a minuta de Decreto, que irá estabelecer a nova política, para
a avaliação da Presidência da República, explicou ele.
Compartilhamento
A diretora jurídica da Abrint, Cristiane Sanches, afirmou que, na avaliação da
entidade – que representa os pequenos provedores de internet -, o Plano de
Conectividade não prioriza, como deveria, a obrigatoriedade de compartilhamento
das redcs de transporte, visto que poderá permitir que as empresas que
construírem essas redes atuem por um longo tempo antes de efetivamente serem
forçadas a compartilhar essa capacidade.
André Borges disse, no entanto, que a política está claramente definida no
sentido de que “toda a infraestrutura de rede única e financiada com recursos
públicos tem que ser compartilhada desde o primeiro dia”.
Para ele, está claro também que, se a rede a ser construída com recursos
públicos – seja por meio dos TACs seja pelo processo de migração da concessão
para a autorização – deve ser obrigatoriamente compartilhada, os investimentos
privados precisam continuar a contar com o feriado regulatório. “O feriado
regulatório deve prevalecer como incentivo ao investimento privado”, afirmou.
Estudo realizado pela associação GSMA – que será concluído até o início do
próximo ano – apurou que o compartilhamento de infraestrutura e de frequência
será um instrumento fundamental para ampliar a cobertura da banda larga móvel em
todo o globo, mas não será suficiente. ” Há uma carência de cobertura da rede
celular, que poderá excluir 1,2 bilhão de pessoas de todo o mundo da cobertura
do serviço. Esse gap terá que ser suprido pelo compartilhamento e por políticas
públicas”, afirmou o diretor da GSMA, Amadeu Castro.