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Leia na Fonte: Teletime
[29/11/17]
Telebras vai adquirir VSATs para atender ao programa "Internet para Todos" e ao
MEC - por Lúcia Berbert
A Telebras vai comprar diretamente em torno de 15 mil antenas para levar a banda
larga para as escolas públicas rurais e às cidades onde não há a oferta de banda
larga, segundo afirmou o diretor técnico da estatal, Jarbas Valente, em
audiência pública realizada nesta quarta-feira, 29, na Câmara.
Sete mil dessas estações (chamadas de VSAT) serão usadas no programa "Educação
Conectada", lançado na semana passada. As restantes serão utilizadas no programa
"Internet para Todos", que será lançado ainda este ano pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Com essas ações, a Telebras começa a reagir ao imobilismo causado pelo fracasso
do chamamento público para venda de 57% da capacidade do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica (SGDC). Nos novos planos da
estatal, 42% da capacidade satelital vão ser destinados para políticas públicas.
No programa "Internet para Todos", segundo Valente, serão definidas as
localidades que serão atendidas pelo satélite a custo baixo, chamado de preço
social ou por pontos de wifi. As prestadoras podem ofertar o serviço nesses
povoados, a partir de abril de 2018. Caso não apareça interessados, a Telebras
vai ofertar diretamente. Os municípios atendidos, em contrapartida, isentarão a
rede de ISS, barateando a implantação. A Telebras se baseia em um entendimento
ratificado pela Justiça de que as conexões por satélite não configuram serviços
de telecomunicações e, portanto, não estão sujeitas ao ICMS.
O restante da capacidade do SGDC poderá ser objeto de outro chamamento público.
Outra opção é formar parcerias com prestadoras para oferta de banda larga nas
grandes cidades.
O programa "Educação Conectada" prevê recursos para implantação de 35 mil pontos
nas escolas rurais, com recursos garantidos. A expectativa é de que o Ministério
da Saúde lance programa semelhante ao do MEC.
O programa "Internet para Todos", segundo Valente, será a evolução do GESAC, que
sofreu descontinuidade por falta de política pública. No decreto, ficará claro
que a Telebras poderá prestar o serviço direto, caso não tenha interessados. O
alvo do programas são as 40 mil localidades previstas no Plano Geral de Metas de
Universalização (PGMU), onde só há telefones públicos.
Revisão
O ex-deputado e ex-presidente da Telebras, Jorge Bittar, disse que houve uma
decisão equivocada por parte da Telebras e do MCTIC na implantação final do
satélite, que foi projetado para atender o setor público, de levar a banda larga
em áreas pouco atrativas, nas escolas públicas. "O setor privado não tem
obrigação de universalização da banda larga, o papel do Estado deve ser
complementar ao do setor privado, contexto para criação do PNBL (Plano Nacional
de Banda Larga), que acabou por reativar a Telebras em 2010, para promover a
massificação da banda larga", disse.