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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[27/10/17]
Justiça nega pedido de minoritários em disputa com a Telebras - por Rafaell
Bucco
Acionistas queriam que o período de negociação dos direitos de subscrição fosse
prorrogado para além da data de realização do leilão do Satélite Geoestacionário
de Defesa e Comunicações.
A 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou, na tarde
desta sexta-feira, 27, aos acionistas minoritários da Telebras prorogação das
negociações de direito de subscrição aos papeis da empresa em bolsa. Segundo o
tribunal, os acionistas não conseguiram comprovar dano material causado por
decisões recentes da companhia, que fará aumento de capital neste ano.
Os acionistas minoritários da Telebras pediram ontem, 26, a continuidade de
negociação direito de subscrição de ações da estatal até a realização de nova
assembleia geral ou, ao menos, até a conclusão do leilão do satélite
geoestacionário de defesa e comunicações (SGDC), que acontece em 31 de outubro.
Com mais prazo, poderiam continuar a negociar na bolsa ações da empresa durante
e depois do leilão – visto como fato que pode gerar valorização dos ativos da
estatal. Sem a prorrogação, as negociações serão suspensas na segunda-feira, 30,
para abertura do período de subscrição no aumento de capital a ser realizado
pela Telebras.
Os minoritários reclamavam que, no começo de outubro, a nova direção da
operadora soltou comunicado ao mercado alterando o fator de conversão de ações
dos atuais acionistas em caso de subscrição no futuro aumento de capital. O novo
fator reduziu o percentual que lhes caberia após a emissão de novas ações. Essa
mudança é considerada “unilateral” e vista como benéfica à União, que poderá
comprar as sobras caso os atuais detentores de papeis não se interessem pelas
novas ações emitidas.
“A Telebras, de forma unilateral, rompeu o que foi estabelecido na 101° Reunião
de Assembléia Geral Extraordinária – AGE e se colocou em conflito com a Lei de
Sociedades Anônimas, que determina a convocação de nova AGE para assuntos
omissos e correções de divergências”, justificaram.
Segundo eles, a operadora errou a definir que o fator de conversão dos papeis
TELB2 seria de 318%, quando o que foi definido em AGE foi de 391%. “A intenção
de direito dos acionistas é a suspensão/prorrogação das negociações dos direitos
de subscrição, TELB2, até que seja homologado/retificado o Fator de Conversão em
ATA, via AGE”, defendiam.
CVM e TJ-DF
Os minoritários tentaram primeiro, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma
cautelar contra as datas e pela realização de uma AGE. O pedido foi protocolado
em 18 de outubro, mas não obtiveram resposta. Diante da urgência, tentaram a
Justiça, que indeferiu o pedido. Assim, o prazo de negociações termina mesmo
hoje, 27.
Procurada pelo Tele.Síntese, a Telebras não quis se manifestar. A empresa
informa apenas que vai se pronunciar sobre o caso via comunicados ao mercado. Na
quarta-feira, 25, a estatal publicou um memorial, no qual detalhou a composição
dos preços e dos percentuais que utilizou para estimar o preço da conversão das
ações para o aumento de capital.
O aumento ocorrerá em novembro, fazendo o capital da companhia saltar de R$ 260
milhões para R$ 1,59 bilhão. A emissão de novas ações pretende cobrir
empréstimos realizados pelo governo nos últimos anos. Desde 2014, a Telebras
construiu infraestrutura para a Copa do Mundo, entrou com participação em cabo
submarino e lançou o satélite, cuja capacidade será leiloada na próxima semana.