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Leia na Fonte: Correio Braziliense
[09/04/18]
Infraero e Telebras afundam em prejuízos bilionários
O Ministério do Planejamento faz alarde de que a situação das estatais federais
está melhorando ano a ano, mas não é isso o que se constata na realidade. Basta
dar uma olhada mais profunda nos balanços da Infraero e da Telebras para ver que
a situação vai de mal a pior. As duas empresas têm multiplicado seus prejuízos a
cada exercício.
Em 2017, as perdas da Infraero, que administra 54 aeroportos, já consideradas a
privatizações dos terminais de Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre e
Salvador, chegaram a R$ 1,8 bilhão, quase triplicando em relação às perdas de R$
751,6 milhões no ano anterior.
O que chama a atenção é que a Infraero registrou prejuízos mesmo tendo recebido
injeção de R$ 3 bilhões do Tesouro Nacional. Foi graças a esse aporte que a
empresa voltou a ter patrimônio líquido, agora, de R$ 1,2 bilhão. Sem essa
bolada, mesmo que vendesse todo o patrimônio, a Infraero ainda ficaria com um
rombo de R$ 3,9 bilhões.
O pior, ressalta o Grupo Maciel, responsável pela auditoria externa da Infraero,
é que não se pode confiar nos números apresentados pela empresa. Ou seja, a
situação pode ser pior do que a retratada no balanço de 2017. Em ressalvas nas
demonstrações financeiras da estatal, os auditores dizem que “a empresa não
apresentou controles internos suficientes para garantir que as informações
contábeis estão registradas de forma apropriada”.
No caso da Telebras, que foi ressuscitada durante os governos de Lula e de Dilma
Rousseff, o prejuízo em 2017 alcançou R$ 1,1 bilhão, aumentando 43% em relação
ao rombo do ano anterior, de R$ 769,6 milhões. Em seu balanço, a estatal garante
que 2017 foi um ano histórico, porque “selou sua marca como uma empresa pioneira
em telecomunicações via satélite”.
Para se manter de pé, porém, a Telebras também teve que receber recursos do
Tesouro Nacional, uma montanha de R$ 1,3 bilhão, conforme balanço avaliado pela
Taticca Auditores Independentes.
Não se sabe por quanto tempo o governo terá que enfiar dinheiro nessas estatais
para cobrir os buracos no caixa. O certo é que, enquanto estiveram sendo
entregues a políticos, certamente nunca conseguirão andar com pernas próximas,
sem o dinheiro dos contribuintes.