WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2018
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Convergência
Digital
[10/04/18]
Telebras perde mais uma. Justiça quer avaliar lisura do contrato com a Viasat
- por Luís Osvaldo Grossmann
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou na segunda, 9/4, o pedido da
União para que seja mantido o contrato entre a Telebras e a americana Viasat. O
governo sustenta que o acordo é a base de políticas públicas já anunciadas com
vistas a conectividade via satélite de áreas remotas e de escolas públicas. Mas
a Justiça Federal acha melhor avaliar primeiro a lisura das tratativas para uso
do satélite geoestacionário de defesa e comunicações.
A União alega que a parceria com a Viasat é “estratégica para exploração de
capacidade satelital de longo prazo, possibilitando o avanço no uso comercial da
capacidade da banda Ka do SGDC que, em última instância, trará internet de alta
velocidade e acessível para comunidades subatendidas e não atendidas em
cinturões urbanos, bem como em áreas rurais e remotas em todo o Brasil”.
O governo sustenta que a suspensão do contrato vai “impactar negativamente no
Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac);
Programa ‘Educação Conectada’; Programa ‘Internet Para Todos’”. Mas o presidente
do TRF 1, Hilton Queiroz, não viu aí motivo suficiente para derrubar a liminar
em vigor, que foi confirmada pela Justiça Federal do Amazonas e, agora, pela
Justiça Federal em Brasília.
Como explica o presidente do TRF 1, “conjectura-se que, num primeiro momento, a
decisão questionada possa impactar, negativamente, na execução imediata
dessas políticas. Essa consequência, porém, é ditada pela necessidade de,
cautelarmente, preservarem-se bens maiores, quais sejam, a lisura da ação
administrativa e a defesa da soberania nacional, cuja possível vulneração foi
convenientemente destacada na liminar concedida em 1o Grau de jurisdição”.
Telebras e Viasat resguardam-se no sigilo contratual para evitar maiores
detalhes sobre o acordo. Até aqui, foi divulgado que a empresa americana fornece
as antenas VSats que serão usadas nos programas governamentais, mas também atua
comercialmente na ponta, com a venda direta de conexões em banda larga via
satélite. Esse acordo seria distinto daquilo que a Telebras colocou em
chamamento público em 2017, sem sucesso.
Explica o governo: “O modelo de parceria estratégica [com a Viasat] altera a
forma de exploração da capacidade satelital: no modelo do chamamento, a
Telebras faria cessão de uso onerosa da capacidade satelital, cedendo o uso da
capacidade em dois lotes distintos. No modelo da parceria, não há cessão de
uso onerosa, mas contrapartidas e compartilhamento de riscos e receitas,
destacando-se o acompanhamento contínuo do Tribunal de Contas da União ao
Projeto SGDC por meio de processo de acompanhamento de todo o Projeto SGDC,
instaurado em 2013 dada a relevância do projeto para o país”.