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Leia na Fonte: Defesanet
[17/04/18]
Forças Armadas dizem que acordo entre Telebras e Viasat é seguro - por Ivone
Santana
O Estado-Maior das Forças Armadas, subordinado ao Ministério da Defesa, fez uma
avaliação dos riscos à soberania nacional decorrentes do contrato entre a
Telebras e a americana Viasat para exploração de 100% da capacidade da banda Ka
do primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1)
da empresa de economia mista.
O estudo resultou em uma nota técnica para a Advocacia-Geral da União (AGU), à
qual o Valor teve acesso, relatando que não há qualquer risco à soberania
nacional.
Nos últimos dias, criou-se uma polêmica em torno desse contrato, que está
suspenso por liminar da Justiça. Um dos pontos levantados nas discussões dizia
que entregar a exploração da banda Ka a uma empresa americana colocaria em risco
a soberania nacional. Isso, mesmo ficando claro que a Viasat ficaria restrita ao
acesso à banda X.
Ocorre que o SGDC-1 transporta as bandas Ka e X. Enquanto a Ka, destinada a
serviços de banda larga em todo o país, foi cedida para exploração da Viasat,
que deverá atender aos interesses do governo para massificação da internet em
alta velocidade, a banda X é exclusivamente de uso militar, portanto, gerida
pelas Forças Armadas.
Segundo a nota das Forças Armadas, a gestão do SGDC-1 é compartilhada entre a
Telebras e o Ministério da Defesa, o qual tem controle exclusivo e irrestrito
sobre a banda X.
Após analisar o projeto do satélite, as especificações técnicas, estratégicas, o
acordo com a Viasat e a participação das Forças Armadas na gestão da banda X, o
parecer deixa claro que a Viasat não terá acesso às senhas de controle do SGDC-1.
Portanto, que não haverá agravamento do risco de vazamento de dados relevantes à
soberania nacional devido ao acordo de compartilhamento.
O documento afirma também que a Viasat não terá acesso ao conteúdo que tramita
entre o usuário final e o destinatário da banda X, a partir da comercialização
da banda Ka, e que a Viasat não terá acesso à banda X. Por fim, a nota afirma
que e o uso da banda Ka não põe em risco a segurança dos dados que trafegam na
banda X.
O relatório é assinado pelo coronel Anderson Tesch Hosken Alvarenga, assessor na
subchefia de comando e controle do Ministério da Defesa, no dia 12 de abril.8