WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Telebrás e PNBL --> Índice de artigos e notícias --> 2018
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[20/04/17]
Processo da Telebras/ViaSat vai para o STF
A Telebras colecionou nesta sexta-feira, 20, mais um revés na Justiça, onde
briga com a empresa Via Direta, de Manaus, que contesta o acordo da estatal com
a norte-americana ViaSat para o uso da capacidade do Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicações (SGDC). Desta vez, a presidente do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, determinou que o processo seja remetido ao
Supremo Tribunal Federal (STF) por se tratar de tema constitucional e também de
segurança nacional. A decisão foi resposta a um recurso impetrado pela União,
que entrou como parte na ação em que pede a manutenção de contrato de exploração
comercial por empresa estrangeira de satélite brasileiro – que serve, também, à
defesa nacional. Atualmente o contrato está suspenso por força de uma liminar da
Justiça do Amazonas, e até o momento não foi derrubada.
Ao analisar o caso, a ministra Laurita Vaz identificou que na petição inicial da
ação originária há a causa de impedir a violação dos "interesses nacionais e do
Princípio da Soberania Nacional Econômica", no que as empresas amazonenses
autoras entendem ser "escandalosa entrega gratuita do patrimônio brasileiro aos
americanos".
Igualmente, na decisão da Justiça Federal, onde o processo tramitou em segunda
instância, há fundamentação baseada na Constituição Federal. "A ofensa a regras
da Constituição da República suscitada na exordial da ação principal e as razões
de decidir fundadas na Carta Magna – que se baseiam nos princípios da ordem
econômica, da soberania nacional e de sua defesa – enunciam o status
Constitucional do presente pedido suspensivo", consignou a ministra.
Disputa
No final do mês passado, duas empresas ligadas ao mesmo grupo (Via Direta
Telecomunicações por Satélite e Internet Ltda. e Rede de Rádio e Televisão
Tiradentes Ltda.) ajuizaram ação, na Justiça estadual, contestando o contrato.
As empresas pediam que Telebras e ViaSat "se abstenham de dar início e/ou
continuidade às atividades previstas no contrato estratégico".
A União manifestou interesse de ingresso no processo e houve, com isso, o
deslocamento para a Justiça Federal. A juíza federal da 1ª Vara da Seção
Judiciária do Amazonas ratificou em parte a liminar concedida pela Justiça
estadual, com o acréscimo de fundamentos constitucionais, e determinou a
imediata suspensão do contrato sub judice.
Pedido de suspensão
Ao analisar um pedido de suspensão de liminar, o presidente do Tribunal Regional
Federal 1ª Região (TRF1) manteve os efeitos dessa última decisão. Com isso, a
União endereçou pedido de suspensão ao STJ, em que, entre outras alegações,
afirma haver risco de grave lesão à ordem administrativa e à economia pública.
A União sustenta que a liminar tem "impactos deletérios em uma série de
políticas públicas do governo federal", especialmente do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), quais sejam: Governo Eletrônico –
Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC); Educação Conect@; Internet para Todos
e Programa Nacional de Banda Larga. Segundo a União, é imprescindível a
participação da empresa ViaSat na execução do contrato firmado entre MCTIC e
Telebras. Em outro ponto, garante que há proteção da segurança das informações
de defesa nacional e, consequentemente, resguardo à soberania do país na área,
porque "o âmbito de comunicações militares não é afetado em absoluto por
qualquer parceria que se desenvolva na Banda Ka".