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Leia na Fonte: Teletime
[25/04/18]
Sinditelebrasil vai à Justiça questionar contrato da Telebras para o Gesac -
por Samuel Possebon
O Sinditelebrasil, sindicato patronal que representa as operadoras fixas e
móveis, entrou na Justiça Federal de Brasília com uma ação civil pública contra
a União e contra a Telebras, questionando a contratação por inexigibilidade de
licitação da Telebras no Gesac (programa Governo Eletrônico Serviço de Acesso ao
Cidadão), que resultou na contratação da estatal no final do ano passado por R$
663 milhões. A ação deu entrada no dia 24. Nesta quarta, 25, despacho assinado
pela Juíza Substituta Liviane Kelly Soares Vasconcelos deu à União 72 horas para
se manifestar sobre pedido de tutela antecipada. Um dos advogados do
Sinditelebrasil é Luis Inácio Adams, ex-Advogado Geral da União. A ação corre na
9a Vara Cível da Justiça Federal de Brasília.
Desde o começo do ano as operadoras de telecomunicações têm questionado a forma
como o governo decidiu entregar o contrato do Gesac para a Telebras, que
utilizará o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) para prestar
o serviço. Pelo contrato anterior, vigente até junho deste ano, o serviço é
oferecido por um consórcio entre Embratel, Oi e Telefônica. Este contrato não
foi renovado porque, supostamente, as empresas não manifestaram condições de
oferecer o serviço exigido nas mesmas condições da Telebras. O número de pontos
aumentou de 5,5 mil atendidos hoje para 18 mil contratadas com a Telebras, e a
velocidade de conexão passou de 1 Mbps para 10 Mbps por ponto. As teles, por sua
vez, alegaram na ocasião que não poderiam apresentar manifestação de interesse
nos termos exigidos porque o governo não estava honrando os pagamentos do
contrato anterior, de modo que as regras de compliance das empresas impediria
qualquer outra proposta. O governo argumenta que alguns pagamentos foram
glosados porque o serviço do Gesac não teria sido prestado nas condições
estabelecidas.
O preço ofertado pela Telebras seria equivalente a R$ 700 por ponto por mês,
para uma capacidade de 10 Mbps, contra algo em torno de R$ 900 por mês por 1
Mbps praticado pelas teles. Ou seja, caiu o custo por Mbps, ainda que em valores
absolutos o gasto do governo com o Gesac tenha mais do que dobrado.
Também pesou pela inexigibilidade na licitação do Gesac, segundo fontes do
governo, a cobertura uniforme em banda Ka. O SGDC dá condições que nenhuma outra
operadora tem em termos de cobertura satelital, em capacidade e em abrangência,
já que é o único satélite com cobertura de 100% do território brasileiro com
banda Ka.
Mas quando a Telebras anunciou a parceria com a Viasat em fevereiro, tornando a
operadora norte-americana a fornecedora principal de tecnologia para o SGDC, e
com um modelo de compartilhamento de receitas, surgiu um sinal de alerta entre
as teles sobretudo sobre o papel da operadora norte-americana teria na prestação
do serviço ao governo, inclusiveno casodo Gesac. Segundo apurou este noticiário,
uma das questões que vinha sendo cogitada para a ação do Sinditelebrasil seria
pedir detalhes da participação da Viasat na joint-venture com a Telebras para
oferecer o serviço, considerando que a operadora norte-americana chegou depois
de o contrato do Gesac foi assinado. A Telebras tem dito que o modelo de
compartilhamento de receitas não se aplica ao Gesac, em que a Viasat será
contratada apenas para instalar e manter os pontos de VSAT.