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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[04/06/18]
Contrato das teles com Gesac vai sair, após o não do STF à Telebras - por
Miriam Aquino
A decisão sobre a prorrogação do Gesac será tomada esta semana, pois na última
sexta-feira, dia 1º, a presidente do STF não aceitou conceder a liminar pedida
pela Telebras em defesa de seu acordo com a operadora norte-americana Viasat,
liminar que foi obtida pela empresa de Manaus, Via Direta Telecomunicações.
Embora o MCTIC esteja confiante de que a Telebras vá conseguir derrubar as
liminares que a impedem de concretizar o contrato com a Viasat, o ministro
Gilberto Kassab deverá decidir esta semana sobre a prorrogação do contrato do
programa Gesac com as operadoras privadas de telecom, tendo em vista que o
contrato atual termina no próximo dia 30 de junho.
O secretário de Telecomunicações, André Borges, que preferia aguardar pela
decisão do STF antes de tomar uma decisão em relação a prorrogação dos
contratos, conforme já havia sido noticiado pelo Tele.Síntese, afirma que,
agora, a melhor solução é a preservação do atual contrato. “A Telebras perdeu a
briga das liminares, por enquanto, e os pontos Gesac que são hoje atendidos não
podem ser desligados”, afirmou ele.
Atualmente, cerca de 4,5 mil pontos de acesso à internet via satélite (as
antenas Gesac) são fornecidos por um consórcio entre Embratel, Telefônica e Oi.
E esse contrato seria substituído pela Telebras/ Viasat. A ideia era manter
esses pontos e ampliar as conexões dentro do novo programa Internet para Todos e
ligar escolas, hospitais e cidades com baixo IDH.
Mas a política pública ficou paralisada por liminares judiciais, depois que a
estatal decidiu assinar diretamente com a Viasat um acordo de partilha de
receitas, acordo questionado pela empresa de Manaus e também pelos sindicatos
SindiTelebrasil e Sindisat. O SindiTelebrasil, que ingressou com o recurso na
justiça de Brasília, não conseguiu a liminar, enquanto o SindiSat ainda não tem
uma solução para seu pedido, que foi protocolado também em Manaus. Mas o
Ministério Público já se manifestou favoravelmente à ação do sindicato que
representa as operadoras de satélites.
Conforme o MP, a contratação direta da Viasat pela Telebras não foi acompanhada
de justificativa técnica para respaldar a decisão.
Proposta do Mercado
As operadoras de satélite, por sinal, lançaram um compromisso público, por
intermédio do Sindisat, de que, se forem mantidas as mesmas condições oferecidas
à Viasat, haverá interessados em disputar o leilão, que ficou deserto no
passado. Para as empresas privadas, as novas condições não reproduzem as
cláusulas do primeiro chamamento da Telebras, e por isso, deveriam ser lançadas
abertamente para disputa ao mercado. Diz a nota da entidade:
“Esta licitação pode perfeitamente ter como base
condições comerciais e contratuais semelhantes às oferecidas pela Telebrás para
a Viasat, pois algumas empresas do setor de satélite e de telecomunicações do
Brasil terão interesse em apresentar propostas em um edital nestes termos.
Agindo desta forma, a Telebrás poderá obter as vantagens decorrentes de um
processo de livre concorrência e garantir a contratação do seu parceiro
estratégico num processo livre de questionamentos.
Na pior das hipóteses, ainda que fosse verdadeiro o argumento da Telebrás de que
só a Viasat se interessaria em ser sua parceira nesse modelo de relacionamento,
a Viasat seria uma interessada que apresentaria proposta, em processo público,
retirando da contratação os vícios quanto à falta de transparência e ausência de
licitação, apontados pelo Sindisat”