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Leia na Fonte: Teletime
[13/03/18]
Parceria entre Telebras e Viasat repercute no maior evento global de satélites
- por Rubens Glasberg
O acordo entre a Viasat e a Telebras para a exploração do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) foi pauta do painel de abertura
da Satellite 2018, principal evento global da indústria de satélites, que
acontece esta semana em Washington. No painel, estavam os CEOs de algumas das
principais empresas de satélites do mundo, como SES, Intelsat, Eutelsat e
Telesat, além da própria Viasat.
Mark Dankberg, chairman e CEO da Viasat, foi questionado por um consultor na
plateia sobre a parceria com a Telebras, que chegou a qualificar como uma
"invasão". Dankberg respondeu que de maneira alguma se trata de uma invasão e
que a Viasat trabalha normalmente com governos no sentido de colaborar com
projetos civis e militares. Segundo ele, a operação da Viasat no Brasil começa
já em abril, com serviços em banda Ka.
O assunto, contudo, permaneceu no debate, e o presidente mundial da canadense
Telesat, Daniel Goldberg ressaltou que esse tipo de parceria (entre a Viasat e o
governo brasileiro) precisa "ser transparente". Mais tarde, na coletiva da
Hughes, Vinod Shukla, responsável pela área internacional da empresa, também foi
questionado por analistas sobre a disputa com a Viasat no território brasileiro.
Ele disse que a empresa pretende conversar com a Telebras. A Hughes declarou ter
no Brasil 85 mil assinantes do seu serviço HughesNet, oferecido por banda Ka.
Além das manifestações e provocações públicas sobre a entrada da Viasat no
mercado brasileiro, houve também muita conversa de corredor sobre o tema. O que
se percebe, entre as operadoras de satélite, é uma boa dose de desconfiança
sobre o acordo, já que não houve nenhuma carta convite aos demais players do
mercado propondo as mesmas condições que supostamente foram oferecidas à empresa
norte-americana. E também se questiona a ausência de informação, até aqui, sobre
os termos do acordo (o próprio Sindisat formalizou o pedido de informações junto
à Telebras). Questiona-se, por exemplo, o fato de o fato relevante anunciar a
chegada dos equipamentos para apenas dois dias depois do anúncio da celebração
do acordo, o que demonstraria que a parceria estava sendo operacionalizada há
mais tempo. Acredita-se que não deve haver, num primeiro momento, nenhuma
judicialização do acordo com a Viasat, mas não se descarta o uso da Justiça para
que informações sobre a parceria possam ser obtidas, considerando que a Telebras
é uma empresa pública.